Voepass culpa Latam por prejuízo de R$ 35 milhões e crise financeira

A partir de agosto não será mais possível comprar passagens de voos compartilhados entre Latam e VoePass(Reprodução/Guilherme Dotto)

A partir de agosto não será mais possível comprar passagens de voos compartilhados (Reprodução/Guilherme Dotto)

A Voepass atribuiu à Latam a principal responsabilidade por sua crise financeira e solicitou proteção judicial para suspender a execução de dívidas. Segundo apuração do jornal Folha de S. Paulo, a empresa alegou que teve um prejuízo de R$ 35 milhões devido a problemas em uma parceria comercial. O pedido foi encaminhado à Justiça de São Paulo em 3 de fevereiro. Procurada pelo jornal, a Latam informou que não vai comentar o caso.

As duas companhias mantinham um acordo no qual a Latam utilizava slots da Voepass no Aeroporto de Congonhas e comprava capacidade em suas aeronaves. Em junho de 2023, novos termos foram estabelecidos para a transferência de slots em horários de pico para a Latam. O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) aprovou o acordo. Segundo advogados da Voepass, em agosto de 2024, 93% do faturamento da companhia estava vinculado à parceria.

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Naquele mês, um avião da Voepass, voo 2283, caiu em Vinhedo (SP), resultando na morte dos 62 ocupantes. A empresa afirma que, após o acidente, a Latam suspendeu operações das aeronaves envolvidas no acordo e reteve pagamentos de manutenção. A alegação consta no pedido de tutela de urgência preparatória para posterior recuperação judicial, medida usada para evitar execuções enquanto a companhia organiza o processo formal.

Nesta terça-feira (11), a Justiça de São Paulo determinou uma perícia nas contas da Voepass. O juiz José Guilherme Di Renzo Marrey, da Vara Regional de Competência Empresarial de Ribeirão Preto, solicitou que a empresa organize melhor a documentação enviada. A perícia será realizada pela Laspro Consultores, que terá cinco dias para apresentar um laudo preliminar.

“Essa perícia inicial serve justamente para o Juízo saber se a empresa está regular e se tem condições mínimas de se soerguer, ou seja, tem o objetivo de que o processo judicial não seja utilizado com finalidade temerária”, afirmou o advogado Gabriel de Britto Silva, especialista em direito empresarial. A Justiça também determinou que a Latam se manifeste sobre as acusações feitas pela Voepass no pedido de proteção judicial.

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