Bolo com arsênio: ameaçada, suspeita foi transferida de presídio

Deise Moura dos Anjos, presa sob suspeita de envenenar uma família com um bolo de arsênio em 2024 e encontrada morta nessa quinta-feira (13/2) na Penitenciária Estadual Feminina de Guaíba, foi transferida para outro presídio em 6 de fevereiro deste ano devido a tentativas de agressão contra ela. Antes, ela estava detida em Torres.


 

Entenda o caso

  • Em 23 de dezembro de 2024, uma família celebrava confraternização em Torres, no litoral norte do Rio Grande do Sul, quando consumiu bolo envenenado com arsênio.
  • O incidente resultou na morte de três familiares e na internação de outras três pessoas, incluindo a mulher que preparou o doce.
  • As irmãs Neuza Denize Silva dos Anjos, de 65 anos, e Maida Berenice Flores da Silva, de 59, morreram. A filha de Neuza, Tatiana Denize Silva dos Anjos, de 47, também faleceu.
  • A suspeita de envenar o bolo é Deise Moura dos Anjo. Ela é nora de Paulo Luiz e Zeli dos Anjos, ambos vítimas de intoxicação por arsênio. Deise foi presa no dia 5 de janeiro.

Em entrevista ao Metrópoles, o chefe da Polícia Civil do RS, delegado Fernando Sodré, contou que Deise estava presa em Torres, Rio Grande do Sul, mas foi transferida para Guaíba no dia 6 de fevereiro devido ao risco de morte, por causa da comoção do caso na cidade.

Deise era suspeita de envenenar um bolo com arsênio para a família do marido. O incidente resultou na morte de três familiares e na internação de outras três pessoas, incluindo a própria mulher que preparou o doce.

Ela também era suspeita de ter envenenado o próprio marido e o filho de 10 anos. De acordo com a polícia, o filho chegou a ser hospitalizado.

Sodré contou que as dententas com quem ela compartilhava a cela, em Torres, descobriram sobre a tentativa de envenenamento do filho com arsênio, o que levou a tentativas de agressão contra ela.

Ela precisou ser transferida de presídio.

Defesa de Deise

Segundo a delegada Karoline Calegari, responsável pelo caso, o marido de Deise Moura dos Anjos pediu o divórcio e a aliança da suspeita na quarta-feira (12/2), um dia antes da morte dela. O advogado de Diego dos Anjos visitou a suspeita na prisão.

Em uma coletiva de imprensa realizada nessa quinta, a defesa de Deise afirmou que houve falta de acompanhamento psicológico e criticou o presídio de Guaíba. Segundo eles, a suspeita reagiu mal à notícia do divórcio e chegou a ameaçar tirar a própria vida.

A defesa informou que tentou manter Deise em Torres e que fez diversos requerimentos para garantir acompanhamento médico e psicológico, destacando que a detenta possuía um histórico de problemas psicológicos. Segundo eles, o presídio não tomou providências para evitar o incidente.

Eles afirmaram que os agentes penais estavam cientes da situação, mas a Polícia Penal, em nota, contou que a mulher não havia manifestado intenção de suicídio e que não houve comunicação sobre as ameaças de Deise.

“A apenada foi transferida em 6 de fevereiro de 2025 do Presídio Estadual Feminino de Torres para a Penitenciária Estadual Feminina de Guaiba, que oferece estrutura adequada para isolamento. Em Guaíba, a detenta recebeu três atendimentos psicológicos e dois atendimentos com a equipe de saúde. Em nenhum deles demonstrou intenção suicida”, informaram em nota.

De acordo com eles, “não se tem conhecimento de qualquer comunicado da apenada ou de sua defesa sobre risco de suicídio”.

Durante a rotina matinal na prisão, os agentes encontraram Deise enforcada com um pedaço de pano. Ela ainda estava viva quando foi socorrida, mas teve o óbito confirmado na enfermaria da Penitenciária Estadual Feminina de Guaíba. Informações preliminares apontam para suicídio.

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