Cães resgatados em São Francisco de Paula estão sendo tratados em Canoas; saiba como ajudar

Na última terça-feira (18), 92 animais foram resgatados de um canil clandestino, em São Francisco de Paula. Os cães foram trazidos para Canoas e atendidos em um clínica veterinária. Todos os procedimentos, desde exames até cirurgias, estão sendo custeados por organizações de proteção aos animais que dependem de doações. 

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Cães resgatados em São Francisco de Paula recebem tratamento em Canoas | abc+



Cães resgatados em São Francisco de Paula recebem tratamento em Canoas

Foto: Paulo Pires/GES

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Eles chegaram anêmicos, desidratados, cadavéricos e machucados. Muitos não conseguiam nem ficar em pé, como conta a protetora dos animais, Paola Saldivia, uma das responsáveis pelo resgate dos cães e fundadora do Instituto Eu Salvo Vidas. “Todos vieram para Canoas e 13 continuam internados. Os outros estão em um abrigo que não podemos dar o endereço por motivos de segurança.”

O instituto, em conjunto com outras organizações de proteção aos animais, estão arrecadando recursos para custear os exames, consultas, ultrassons, vacinas, castrações, tratamentos, alimentação, entre outros procedimentos necessários para a tratamento. Até o momento, já foram desembolsados R$ 35 mil para recuperar a saúde dos cães.

Para ajudar, basta entrar nos perfis nas redes sociais das ONGs Amigos de Rua e Pata Santa, do Instituto Eu Salvo Vidas e da protetora Deisi Falci ou acessar a rifa aqui. 

Situação de maus-tratos

Os cães foram atendidos, ou seguem em tratamento, no Hospital Igara, em Canoas. “Temos paciente que vão ter meses de tratamento. Temos um que é cardiopata, então vai precisar tomar medicação para o resto da vida”, afirma a veterinária Vanessa Dorneles que também participou da operação de resgate. 

A veterinária Vanessa Dorneles acompanhou o resgate dos 92 cães e agora cuida deles | abc+



A veterinária Vanessa Dorneles acompanhou o resgate dos 92 cães e agora cuida deles

Foto: Paulo Pires/GES

Eles foram encontrados em um ambiente insalubre dentro de uma propriedade na Estrada da Carapina, em São Francisco de Paula. Os filhotes estavam engaiolados, em meios às próprias fezes e urina, e sendo alimentados apenas por arroz e abóbora azeda- levando à e desnutrição anemia. No local, também foram encontrados quatro filhotes mortos. 

“Provavelmente, a maioria não recebia alimentação. A ração era jogada e comia quem chegava primeiro. Só alimentavam os que iam ser vendidos para disfarçar os maus-tratos”, relatam Paola e Vanessa. Os adultos eram deixados soltos, sem castração. A denúncia, feita pela ONG Amigos de Rua que atua em São Francisco de Paula, aponta que os cães de raça eram usados para reprodução e venda.

“Eles nos procuraram para fazer o recolhimento dos cães. Já tinham denúncias há bastante tempo. O resgate foi muito cansativo, desgastante. Mas a tristeza maior é ver os cães sendo tratados como lixo e mercadoria. Para ele [o responsável] era só isso, mercadoria. Isso nos incomoda”, desabafa.

A operação de resgate foi feita com a participação da Polícia Civil. O homem responsável pela tutela dos animais e pelos maus-tratos está preso. 

Cães resgatados não estão disponíveis para adoção

Pelas redes sociais, Paola mostrou que recebeu muitas mensagens de pessoas querendo adotar os cães, mas eles não estão disponíveis. Os animais ainda passam por tratamento. “As pessoas se interessaram porque eles são de raça”, observa. 

O Instituto Eu Salvo Vidas, comandado por Paola, abriga cerca de 300 animais que aguardam uma nova família | abc+



O Instituto Eu Salvo Vidas, comandado por Paola, abriga cerca de 300 animais que aguardam uma nova família

Foto: Paulo Pires/GES

O Instituto Eu Salvo Vidas, com sede em Viamão, abriga 300 animais que podem ser adotados. Assim como o instituto, outros 45 abrigos do Rio Grande do Sul, segundo a plataforma Arcanimal, estão abertos para receber os interessados em levar um amigo para casa.

Maus-tratos é crime

Maltratar os animais é crime no Brasil desde a sanção da Lei nº 9.605/1998, prevendo penas que variam de três meses a um ano de detenção, além de multa. Em 2020, a Lei nº 14.064/2020 aumenta a pena para reclusão de dois a cinco anos em caso de maus-tratos de cães e gatos. 

As denúncias podem ser feitas em qualquer delegacia de polícia ou na Promotoria de Justiça do Meio Ambiente, no Ministério Público. Em Canoas, a Secretaria Municipal de Bem-Estar Animal (SMBEA) indica a Central de Atendimento ao Cidadão (CAC) como local de denúncia de maus-tratos. 

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