Chefões do Bonde do Maluco abrigados pelo PCC são presos em SP. Vídeo

São Paulo Dois importantes líderes da facção criminosa baiana Bonde do Maluco (BDM) foram presos, nesta segunda-feira (24/2), após ficarem, durante três meses, acolhidos pelo Primeiro Comando da Capital (PCC) na Grande São Paulo, onde seguiam foragidos da Justiça da Bahia. No esconderijo, na cidade de Jandira, a polícia ainda encontrou drogas (assista abaixo).

Ambas as organizações criminosas são aliadas e o BDM funciona como um braço armado e logístico do PCC na Bahia. Antes de serem presos, Paulo da Silva Pereira, o Paulo Doquinha, e Vanginaldo Ribeiro Nunes Filho eram os principais alvos da polícia e do judiciário baianos.

Policiais do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic) organizaram um cerco, no início da manhã, na cidade da região metropolitana, em um imóvel no qual a dupla criminosa baiana estava. A Polícia Civil de São Paulo atuou com a ajuda das autoridades nordestinas, que contribuíram para identificar os chefões, além da acolhida dada a eles pelo PCC.

3 imagens

1 de 3

Divulgação/Deic

2 de 3

Divulgação/Deic

3 de 3

Divulgação/Deic

Investigações indicam que ambos fugiram da Bahia justamente para evitar as prisões. De São Paulo, ainda de acordo com a polícia, os dois criminosos seguiam liderando as ações do BDM em terras baianas.

“Eles são responsáveis por deflagrar uma guerra pelo controle do crime naquele estado do Nordeste, que resultou em inúmeras mortes”, diz trecho de nota do Deic.

Paulo Doquinha e Vangivaldo Ribeiro eram procurados por homicídio, roubo e tráfico de drogas.

No imóvel em que foram localizados e presos, no bairro Jardim Javaes, foram encontradas porções de cocaína, crack e maconha, escondidos em uma caixa de som.

Além das prisões, em cumprimento a mandados expedidos pela Justiça baiana, ambos também foram detidos em flagrante por tráfico de drogas. A defesa deles não foi localizada. O espaço segue aberto para manifestações.

Vídeo

 

Braço do PCC na Bahia

O BDM teria sido criado no Complexo Penitenciário da Mata Escura, em 2015, na capital baiana, como ramificação da facção Caveira.

“O PCC atua na Bahia […] como aliado do Bonde do Maluco, que é uma facção bem estruturada aqui”, afirmou uma fonte da Secretaria da Segurança Pública da Bahia, em condição de anonimato, em entrevista ao Metrópoles, no ano passado.

“O estado da Bahia é estratégico para o crime, com rotas estratégicas para todo o Nordeste. São pelo menos seis portos, entre públicos e privados, que naturalmente ficam na mira das facções”, acrescentou.

Relatório do Ministério da Justiça e da Segurança Pública indica que o BDM é a principal facção a atuar em território baiano, onde há 14 grupos criminosos organizados, identificados somente no sistema carcerário.

A aproximação entre o BDM e o PCC se evidenciou a partir de 2016, quando o número de apreensões de cocaína aumentou, em quatro anos, de pouco mais de 800 quilos para ao menos oito toneladas — segundo estimativa da Polícia Federal (PF).

 

Adicionar aos favoritos o Link permanente.