Dólar em alta: Será que esse pesadelo acabou? Especialista avalia

Dólar em alta: Será que esse pesadelo acabou? Especialista avalia

Em entrevista no BM&C NEWS, o especialista Sérgio Machado, gestor da MAG Investimentos, analisou a relação entre a curva de juros e o dólar. O debate trata do cenário e dos fatores que moldam a percepção dos riscos no mercado.

De acordo com ele, a curva de juros tem apresentado sinais de descompressão, com as extremidades se contraindo após um período de forte inclinação. Esse movimento reflete um ajuste do mercado às condições econômicas, que no final do ano anterior estavam marcadas por incertezas fiscais e volatilidade cambial. “quando a gente olha pra curva né as curvas ainda estão abertas mas a gente olha que as pontas elas estão contraindo”, explicou Machado.

O Impacto da comunicação governamental

No fim do ano passado, a comunicação do governo sobre cortes orçamentários gerou insegurança no mercado, afetando tanto a curva de juros quanto o dólar. Esse cenário foi agravado pela forte alta da moeda americana, o que alimentou um ciclo de preocupações com a inflação e o endividamento.

“primeiro o problema local… vem desde aquela desastrosa comunicação do governo sobre os cortes ouos supostos cortes”, destacou o especialista.

Paralelamente, o mercado global enfrentava um período de incerteza devido às eleições nos Estados Unidos e ao discurso agressivo do novo governo americano. O temor de medidas protecionistas impactou a inflação e a taxa de juros globalmente, contribuindo para um ambiente hostil no final do ano.

“quando você tem uma aceleração no movimento do dólar… a gente tinha uma eleição lá nos Estados Unidos onde se usou o termo de trump trade”, explicou Sergio.

Com a virada do ano, o mercado passou por um ajuste. O dólar, que havia registrado uma alta expressiva de quase 30%, começou a perder força. A sobrevalorização da moeda americana fez com que investidores reconsiderassem suas posições, favorecendo uma correção natural.

O Impacto no Brasil

No Brasil, a descompressão da curva de juros também foi influenciada por fatores internos. A moeda nacional, que se desvalorizou significativamente no ano anterior, passou a se ajustar, tornando-se mais atrativa para investimentos. O movimento do dólar frente a outras moedas também ajudou nesse processo.

Um dos sinais de melhora foi a queda no CDS (Credit Default Swap), indicador que reflete a percepção de risco do país, registrando uma redução de cerca de 25% no período. Esse movimento reforça a ideia de que o mercado está ajustando suas expectativas para um cenário mais estável.

“chegamos no final do ano… o dólar tava muito caro tinha subido quase 30% no ano”, explica Sergio, destacando que esse movimento provocou um fluxo contrário, resultando na queda do valor do dólar e na redução do risco, conforme o ajuste no CDS.

Apesar da melhora, o cenário ainda exige cautela. O ajuste do dólar pode ter um limite, e o comportamento da curva de juros dependerá de fatores como política fiscal, inflação e decisões sobre a taxa de juros nos Estados Unidos. O patamar de R$ 5,70 para o dólar pode servir como um ponto de equilíbrio temporário, mas o mercado continuará atento aos próximos desdobramentos. “acho que nessa faixa de 5,70 é um belo Pit Stop”, finaliza o especialista.

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