Xeque Mate: 6 milhões de latas no carnaval, apoio a blocos e uma nova mistura à vista

O carnaval em Minas Gerais ganhou popularidade nos últimos anos e o governo do estado espera um aumento de 10% no número de foliões em 2025. Só na capital, Belo Horizonte, a expectativa é de 6 milhões de pessoas, calcula a prefeitura. Os fabricantes da bebida Xeque Mate acompanharam esse crescimento de perto, até porque a festa foi um impulso importante para o negócio, criado por uma dupla de universitários da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).

Prestes a completar dez anos, a mistura enlatada de rum, mate, guaraná e limão já é hit em outros carnavais pelo Brasil e até patrocina blocos. A Xeque Mate Bebidas também está atenta às movimentações de concorrentes no mercado de drinques prontos para beber e não pretende ficar parada.

A empresa abasteceu o mercado brasileiro com 6 milhões de latas de Xeque Mate para todo o período carnavalesco deste ano, incluindo pré-carnaval, o carnaval em si e até o pós.

É 1 milhão de latas a mais do que o mesmo período do ano passado e um salto de seis vezes em relação a 2023. Naquele ano, muitas cidades sediaram o carnaval pela primeira vez depois da pandemia e a bebida começou a ganhar mais popularidade fora da folia mineira, especialmente em São Paulo – onde os volumes, hoje, já são bem parecidos com o de BH, segundo Alex Freire, um dos sócio-fundadores da Xeque Mate Bebidas.

“O grosso mesmo está em BH, São Paulo e Rio de Janeiro. […] O desafio é fechar o Brasil inteiro com distribuição”, afirmou ele ao InfoMoney. O empresário diz que o vendedor ambulante ainda é muito importante para a estratégia da Xeque Mate por “vender aquilo que o público quer comprar” e, afinal, independentemente dos patrocínios, o carnaval é uma festa de rua.

Alex Freire (à direita) com o sócio Gabriel Rochael: donos da Xeque Mate Bebidas brindam com lata comemorativa (Foto: Divulgação)

Patrocínio aos blocos de rua

Pelo segundo ano consecutivo, a empresa está patrocinando blocos de rua. De uma lista de mais de 100 inscritos no edital aberto pela Xeque Mate Bebidas, cinco foram escolhidos, sendo três em Belo Horizonte, um em São Paulo e outro no Rio de Janeiro. “Patrocinamos os que têm mais engajamento”, explica Freire. Cada bloco patrocinado recebeu R$ 15 mil da Xeque Mate, além de material de apoio de marketing.

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A empresa também aproveitou a ocasião do carnaval para lançar uma collab de moda com a Baw Clothing, marca que pertence a Azzas 2154, holding formada da fusão entre Arezzo&Co e Grupo Soma. O nome da bebida estampa peças da coleção Ritmo da Rua, com itens que chegam a custar quase mil reais – e muitos já estão esgotados no site da Baw.

No ano passado, a Xeque Mate Bebidas fez uma parceria parecida com a Coco Leve, empresa de São Paulo especializada na produção de gelos saborizados.

Marca Xeque Mate em coleção da Baw, da Azzas 2154: peças chegam a custar mil reais e tem itens esgotados (Foto: Reprodução da internet/ Baw Clothing)

Assédio das gigantes, concorrência das menores

A consultoria Nielsen estima que a categoria ready to drink deve chegar a 8% do mercado de bebidas alcoólicas este ano e movimentar algo em torno de US$ 85 bilhões até 2030, em todo o mundo. Claro que essa conta engloba o movimento de multinacionais e grandes cervejarias que estão apostando alto nos “drinques de latinha”.

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A Xeque Mate Bebidas é uma empresa com cerca de 200 funcionários e que vende, em média, 3 milhões de latas por mês. A meta é fechar 2025 com 40 milhões de unidades vendidas, ante as 25 milhões de 2024. Mas o impacto da mistura de mate, rum, guaraná e limão dentro e fora do carnaval foi tamanho que despertou o assédio das gigantes e a concorrência das menores.

“A gente já recebeu algumas propostas [de vender o negócio], mas essa não é o nosso objetivo. A empresa é lucrativa e queremos crescer com as próprias pernas. Temos que fechar o Brasil todo ainda”, diz Freire. A empresa não revela resultados financeiros.

“Quem sabe um dia tentar fechar algum negócio na América Latina… mas sempre de forma independente”, complementa o empresário, revelando o desejo de levar o Xeque Mate para fora do país.

Enquanto isso, a empresa também amplia a sua capacidade de produção. A Xeque Mate tem uma fábrica em Belo Horizonte que estava operando já no limite da sua capacidade e foi ampliada para internalizar 100% da fabricação da bebida (menos de um terço hoje é produção própria). Uma nova unidade fabril está no radar, mas “é um projeto mais para frente”, explica Freire.

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Portfólio de um ativo só

Bebidas mineiras repetem passos do Xeque Mate e ganham fama nacional com o Carnaval (Foto: Reprodução da Internet)

Mesmo entendendo que a bebida Xeque Mate possui grande potencial de crescimento, por ainda não ter se consolidado em todo o Brasil, a fabricante promete para este ano uma “nova mistura” para o portfólio que há dez anos tem apenas um ativo.

“Queríamos uma fórmula que fosse tão legal quanto o Xeque Mate”, afirma Freire. “Estamos realizando alguns testes e quase chegando nos finalmentes. Vamos ter lançamento novo este ano sim”.

O InfoMoney apurou que a fabricante de bebidas está prestes a lançar uma versão zero álcool do Xeque Mate, acompanhando uma tendência no segmento de cervejas, mas ainda pouco explorada na parte de drinques enlatados.

Lambe Lambe, Gingibre e Xá de Cana são bebidas que têm repetido a trajetória do Xeque Mate: ganharam fama na boemia mineira, impulso no carnaval belorizontino e a projeção nacional das redes sociais.

“Tem outras marcas vindo nesse segmento que ninguém falava antes. Tem espaço para todo mundo e a gente fica feliz, pois sentimos que incentivamos esse movimento”, conclui Freire, sem medo da concorrência.

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