FGF afirma que fase final do Gauchão terá equipe de VAR de outro estado

O presidente da Federação Gaúcha de Futebol (FGF), Luciano Hocsman, e o presidente da Comissão Estadual de Árbitros de Futebol – CEAF/RS, Leandro Vuaden, falaram à imprensa no final da manhã desta terça-feira para esclarecer algumas situações relacionadas a arbitragem nesta edição do Campeonato Gaúcho. Uma das novidades citadas pelo mandatário da FGF é de que as equipes do VAR nestes jogos decisivos serão de outro Estado.

Também foi falado que os árbitros da polêmica partida entre Grêmio e Juventude sofreram ameaças.

Luciano Hocsman, presidente da FGF, e Leandro Vuaden, presidente da Comissão Estadual de Árbitros de Futebol | abc+



Luciano Hocsman, presidente da FGF, e Leandro Vuaden, presidente da Comissão Estadual de Árbitros de Futebol

Foto: Reprodução

“Não tinha intenção nenhuma em fazer isso, mas esse clima belicoso nos faz não ter alternativa do que, nas próximas partidas do Campeonato Gaúcho, semifinal e final, isso não considera a Taça Farroupilha nem o Quadrangular, nós chamaremos uma equipe de VAR de uma federação coirmã. Vamos fazer isso para arrefecer aquilo que está acontecendo. Reitero que é dolorido para mim, pela confiança e segurança que tenho no comprometimento e trabalho realizados pelos árbitros do Rio Grande do Sul”, revelou Hocsman.

Na sequência, Vuaden explicou o procedimento para a escolha dos árbitros. “É feita uma consulta inicial via comissão de arbitragem da CBF, fazendo essa solicitação. Essa comissão nacional faz contato com os presidentes de CEAF de todos os estados e a partir daí são disponibilizadas as opções que temos à disposição. Esse é o procedimento”, iniciou o chefe da comissão de arbitragem do RS. “O mesmo critério na escolha, que não é mais sorteio, para se fazer uma escala, esse mesmo critério será levado em consideração através dos nomes disponibilizados que ainda não tenho”, completou.

Ainda de acordo com o presidente da FGF, eles confiam na arbitragem gaúcha, por isso os árbitros de campo continuam sendo do RS nesta reta final.

Áudios do VAR

Hocsman também explicou que os áudios do VAR de qualquer partida são disponibilizados pela FGF, mas que existe um procedimento a ser cumprido, mas que, de hoje em diante, promete deixar público a conversa do árbitro de campo com o árbitro da cabine.

“Os áudios nunca foram negados a ninguém. Ninguém foi proibido de ouvir os áudios. E por que se ouve aqui? Porque aqui tem uma pessoa técnica, que tem conhecimento, juntamente com a sua comissão, e vai poder esclarecer determinados pontos para quem estiver questionando”, disse.

“Mas, de qualquer forma, ainda hoje (nesta terça) vamos disponibilizar os áudios de todos os lances que foram questionados por estes clubes. A partir de agora, caso aconteça, vamos manter o mesmo procedimento: primeiro o clube vem aqui, vai ouvir o áudio, vai ter a explicação da comissão, e posteriormente vai ter um link no site da federação com os clipes desses lances. Não tenho problema em relação a isso.”

Árbitros sofrem ameaças

Hocsman revelou que os árbitros da partida entre Grêmio e Juventude, realizada no sábado, na Arena, foram ameaçados. “Muita ameaça. Muitas fotos. Mora aqui, mora ali. Filho estuda aqui. Telefone. Foto do endereço dos familiares. Infelizmente essas coisas acontecem”, contou.

“E recebi o contato do árbitro muito preocupado com essa situação e o orientei a fazer um boletim de ocorrência para salvaguardar a integridade física dele e de sua família”, completou Vuaden.

Réu em processo

Na última semana, foi noticiado que Vuaden é réu em um processo movido pelo Sindicato dos Árbitros de Futebol do RS (SAFERGS). O processo, que tramita em segredo de justiça, tem como um dos temas o enriquecimento sem causa. O ex-árbitro falou sobre o assunto.

“Sou réu em um processo. Para deixar claro, o objeto da ação é um percentual de patrocínio intermediado por mim no ano de 2020. É um procedimento que acontecia desde 2008. Era um incentivo dado a qualquer associado que conseguisse uma verba para estampar a camisa dos árbitros. Consegui R$ 100 mil para o Sindicato. E o Leandro Pedro Vuaden recebeu R$ 10 mil, devidamente registrados em ata. Uma auditoria contratada pela atual gestão entende que um ente não pode receber um valor”, esclareceu Vuaden.

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