Para Gilmar Mendes, inquérito do golpe supera escândalo do Mensalão

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes, em conversa com jornalistas nesta terça-feira (25/2), afirmou que o inquérito da trama golpista é mais grave que os escândalos do mensalão e Lava Jato. O ministro também definiu como exemplar a investigação da Polícia Federal.

Decano do Supremo, Mendes afirmou que o inquérito do golpe é muito diferente de outros escalados julgados pela Corte. “Aqui é uma coisa muito mais grave. Quando se fala de matar o presidente da República, matar o vice-presidente, matar o ministro do Supremo, prender outros, fazer uma intervenção. Sabe, é algo que se formos buscar uma comparação, por exemplo, com o Mensalão, nós vamos dizer: poxa, é algo, ainda que tivesse a ver com democracia e a liberdade de voto, mas é algo totalmente diverso”, pontuou.

“A gravidade, portanto, dos fatos narrados é qualquer coisa de especial, e que se tem avançado tanto. Parece algo bastante singular, é muito difícil de comparar com os outros casos.”

O Mensalão foi o nome dado a um esquema de compra de votos de parlamentares durante o primeiro governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O caso, julgado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) em 2012, resultou na condenação e prisão de políticos de diversos partidos, marcando um dos maiores escândalos de corrupção da história política recente do Brasil.

Delação “lastreada em fatos”

Mendes afirmou que a delação premiada do ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, Mauro Cid, à Polícia Federal (PF) está “lastreada em fatos”. O magistrado também destacou que a delação premiada de Mauro Cid não deve ser anulada por cobranças ao ministro Alexandre de Moraes.

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Gilmar Mendes, ministro do STF

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Denunciado pela Procuradoria-Geral da República (PGR), o ex-presidente Jair Bolsonaro levantou dúvidas sobre a audiência de Cid com Moraes, em que afirmou que o ministro do STF teria ameaçado o pai, a esposa e a filha de Cid para pressioná-lo a colaborar com as investigações.

“É claro que a delação do Mauro Cid é extremamente importante. Mas nós estamos vendo que ela está lastreada em fatos. Vocês têm divulgado um diálogo que o ministro Alexandre de Moraes mantém com ele, mostrando as contradições. Mas as contradições que ele mostra (são) diante de fatos já investigados, dizendo: ‘Isso não corresponde à verdade’”, declarou Gilmar.

O decano não crê que mudaria alguma coisa alterar para plenário o julgamento de Bolsonaro, previsto para ocorrer na 1ª turma, formada por Moraes, Cristiano Zanin, Cármen Lúcia, Luiz Fux e Flávio Dino.

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