Mato alto no terreno de escola atrai ratos e aranhas para residências no bairro Harmonia em Canoas

É rato, aranha, cobra, gambá, barata e muitos outros insetos que impedem a família da publicitária Graziele Freitas, 41 anos, de ter uma rotina normal, no bairro Harmonia. Os animais, que são atraídos pelo mato alto da Escola Estadual de Ensino Médio (EEEM) Affonso Charlier, passam para o pátio da casa desde a queda do muro da residência durante a enchente. Desde então, os vizinhos da escola lidam os visitantes indesejados.

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Muro da casa de Graziele Freitas faz divisa com terreno da EEEM Affonso Charlier



Muro da casa de Graziele Freitas faz divisa com terreno da EEEM Affonso Charlier

Foto: Paulo Pires/GES

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A publicitária e sua esposa, a técnica em Enfermagem Carla Ribeiro, 40 anos, contam que não conseguem deixar as janelas nem a porta aberta para o animais não entrarem. “Não pode abrir a casa, tem que bater roupa de casa direto, principalmente por causa das aranhas”, conta Graziele. Um dos cachorros já família chegou a ser picado no olho e ficou cerca de dois meses em tratamento. 

A residência do casal fica no terreno dos pais de Graziele, os aposentados Adelino Freitas, 77, e Deni Freitas, 70. Com a força da água da enchente, parte do muro que faz a divida com a escola caiu, facilitando o trânsito dos animais. “Colocamos esses materiais para conter, mas não é o suficiente. Ficamos com medo mesmo de ter doenças e tem que ter cuidado com os cachorros”, afirma. 

A preocupação das moradoras também se estende aos estudantes da escola. Graziele, que já foi aluna do Affonso Charlier, teme pela segurança dos alunos. “Se os animais estão vindo para cá, também podem estar indo para escola.

Além dos animais indesejados, o mato alto e o aspecto de abandono atraem usuários de drogas para o terreno. “Mal dá pra ver o campo de futebol, só as goleiras. Eles passam aqui de noite. E como o muro está aberto, ficamos com medo também”, comenta Carla. “O nosso banheiro fica fora da casa, então quando vamos ao banheiro de noite é perigoso ter um bicho ou até uma pessoa aqui”, relata.

A família já buscou solucionar o problema junto a Prefeitura de Canoas e a escola, mas não teve avanço. De acordo com a administração municipal, a escola pertence ao Estado e não pode interferir na situação. 

Affonso Charlier também tem demandas 

A direção da escola estadual afirma que estão sendo realizadas ações para o bem-estar dos alunos e da comunidade ao redor da instituição, no bairro Harmonia. “Estamos iniciando uma nova gestão este ano e uma das ações já feitas durante o mês de Janeiro foi o corte de grama, limpeza dos arredores e retirada de entulhos provenientes ainda da enchente de Maio de 2024 que se assentaram em nosso pátio. Essas ações só foram possíveis devido a parcerias firmadas com empresas que adotaram a escola no pós-enchente.”

“No que diz respeito ao campo de futebol, buscamos parcerias com grupos e empresas que possam se utilizar deste espaço ocioso em alguns períodos e úteis durante o período letivo, mas nada de concreto ainda foi firmado.Para a realização de forma particular por parte da escola, este é um serviço que demanda alto investimento, o qual não dispomos no momento”, explica a direção.

Outra demanda da instituição é a limpeza da calçada, fora da escola. Segundo o diretor Lucas Flesch Cygainski, a situação prejudica os alunos e quem passa no local. “Pelos relatos que recebi, há inclusive animais em decomposição neste monte de lixo. Não posso, como diretor, destinar uma das minhas duas colegas encarregadas da limpeza das salas de aula para realizar a limpeza da área externa que, sabemos, foi suja por algum habitante e não por alunos”, declara. 

Ainda de acordo com o diretor, a Prefeitura de Canoas já foi acionada para solucionar o problema. (Veja resposta no final da matéria)

O que diz a Seduc e a 27ª CRE

De acordo com a Secretaria Estadual de Educação (Seduc), as escolas receberam recursos extras. “Em preparação ao ano letivo de 2025 foram destinados R$ 180 milhões para as escolas da Rede Estadual por meio do Agiliza Educação. Os valores podem ser utilizados pela equipe diretiva da escola neste tipo de serviço de manutenção”, declara. A pasta se refere às demandas por corte de grama, limpeza de terreno, pintura, entre outros. 

A 27ª Coordenadoria Regional de Educação (CRE) comunicou que não recebeu nenhuma demanda da escola, mas que estará verificando se a instituição precisa de algum apoio. 

O que diz a Prefeitura de Canoas

Nesta terça-feira (25), a Prefeitura de Canoas afirmou que a secretaria de Serviços e Zeladoria Urbana esteve na escola para verificar a situação do lixo na calçada. Os sacos encontrados pela pasta foram prontamente recolhidos. 

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