Prefeitura confirma que será necessário remover famílias que vivem às margens do dique na Santo Afonso

A Prefeitura de Novo Hamburgo confirmou que será necessário fazer a remoção de moradores que vivem às margens do dique, no bairro Santo Afonso. Ao todo, conforme o Poder Público, 58 famílias estão em áreas de risco e precisarão deixar o local para as obras de reconstrução do dique, que foi comprometido durante a enchente de maio de 2024.

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Casas próximas ao dique correm o risco de serem demolidas | abc+



Casas próximas ao dique correm o risco de serem demolidas

Foto: Dário Gonçalves/GES-Especial

Apesar da confirmação, a Administração disse que, no momento, não há um prazo definido para a saída das famílias, mas reforçou que as remoções são necessárias por questões de segurança. O prazo, contudo, dependerá da disponibilidade do município em conceder aluguel social e da conclusão das unidades habitacionais que estão sendo construídas pelos governos estadual e federal para atender às famílias atingidas pela catástrofe climática do ano passado.

A administração também afirmou que os casos serão analisados individualmente. “É importante ressaltar que a segurança da população é prioridade e que, infelizmente, essas remoções são necessárias”, declarou o secretário de Meio Ambiente e Desenvolvimento Urbano, Anderson Berttoti.

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Moradores convivem com o medo

Enquanto isso, as famílias sofrem com as incertezas e o medo de terem suas casas destruídas, principalmente após casos recentes de demolições, por parte da Prefeitura, de imóveis construídos em áreas públicas. “Temos medo de entrarem à força e nos tirarem daqui”, afirma Paulinho dos Santos, de 52 anos, que mora no local há 36. Outra moradora, Julia dos Santos, 54, que vive há 37 anos no bairro, diz que os moradores se sentem abandonados e que falta humanidade à Prefeitura. “Prometeram que isso seria feito com tempo, que não precisaríamos nos preocupar no momento, ainda estamos pagando o que compramos para nos reerguermos. Agora dizem que temos que sair já. Tem gente desesperada, doente, que fala em tirar a própria vida”, afirma.

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Moradores apreensivos com a possibilidade de perderem seus lares | abc+



Moradores apreensivos com a possibilidade de perderem seus lares

Foto: Dário Gonçalves/GES-Especial

Diante da falta de um prazo concreto, moradores seguem preocupados com o futuro. Alguns relatam que foram informados sobre a necessidade de deixar os imóveis, mas ainda não têm clareza sobre para onde serão realocados. Além disso, as famílias são contrárias ao aluguel social, pois não teriam condições de arcar com o restante do valor para conseguirem moradias dignas. “Eu não quero perder minha casa, só saio se me derem a chave de uma nova na minha mão. Como querem nos tirar daqui sem dar um lugar? O aluguel social não adianta, não tem como pagar lugar nenhum”, reforça Bernardina Máxima da Silva, de 80 anos.

A situação também tem mobilizado vereadores da cidade, que cobram da Prefeitura um plano mais claro para a remoção das famílias e a garantia de condições dignas para quem precisar deixar suas casas.

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