Centro de Triagem de Animais Silvestres deverá inaugurar nos próximos meses em Gramado

Trazer celeridade no atendimento prévio aos animais silvestres, vítimas de resgates, acidentes ou machucados pela região. O Centro de Recepção e Triagem de Animais Silvestres (Cetas) já está em fase de organização e montagem da estrutura.

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Parque dos Pinheiros abrigará o Cetas



Parque dos Pinheiros abrigará o Cetas

Foto: Fernanda Fauth/GES-Especial

O local escolhido para os cuidados e recuperação dos bichos é na Unidade de Conservação Parque Natural Municipal dos Pinheiros. O ponto funcionará 24 horas por dia e servirá de referência para outros 12 municípios, que são atendidos da Polícia Militar Ambiental (Patram).

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O novo centro irá receber, identificar, avaliar, marcar, triar, recuperar, reabilitar e destinar os bichos provenientes de resgates ou de fiscalizações realizadas pelos órgãos que compõem o Sistema Estadual de Proteção Ambiental (Sisepra).

O protocolo de intenções foi assinado ainda em setembro do ano passado com o governo estadual e o convênio será inédito no Estado. “Todas as etapas foram cumpridas do protocolo de intenção, que era fazer a manutenção, começamos a trazer a mobília também. Já estamos com tudo listado e orçado, fizemos o levantamento de quais equipamentos serão necessários para o funcionamento”, diz a secretária de Meio Ambiente e Urbanismo, Cristiane Bandeira.

“Na nossa região a incidência é muito grande, temos eventualmente entrega voluntária de animais. A demanda, não apenas da Secretaria, mas como da Patram, é enorme. E sempre que acontece isso, acabamos tendo que se deslocar para Porto Alegre, perde-se um dia e às vezes o animal precisa de um atendimento mais urgente”, explica.

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O objetivo é que o convênio seja assinado em dois meses e que o Cetas entre em operação ainda neste semestre.

Proteção integral

O Parque dos Pinheiros é uma unidade de conservação desde 2020. “Como é uma área de proteção integral, ela não vai ter uma visitação desordenada e ilimitada, com ações de educação ambiental, preservação. E comporta ter um Cetas, pois muitas vezes quando fazemos solturas dos animais, fazemos nesse entorno, que é o habitat deles, é uma área de mais de 135 hectares”, coloca Cristiane.

Estruturação

O convênio com o governo do Estado prevê repasses de R$ 110 mil ao mês ao Cetas. “Para que a gente possa fazer a compra mensal dos insumos, as manutenções com segurança, e também a contratação de estagiários, tratadores e médicos veterinários, que são os técnicos que atuarão dentro do centro”, justifica a secretária.

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O Parque dos Pinheiros já conta com edificações erguidas, construídas entre 2008 e 2012. A intenção é utilizar esses espaços, que já estão em fase de transformação para serem o Cetas.

O local contará com segurança através de câmeras, sala administrativa, sanitários e, inclusive, dormitórios. “Para os plantões e para os convênios com universidades, que tenham medicina veterinária, para trazer os alunos para cá”, diz o adjunto da pasta, Thiago Henkes. “Essa é uma finalidade, educação e pesquisa científica. Animais silvestres, por exemplo, têm parasitas e se consegue fazer uma gama grande de estudos”, completa.

Os animais terão também espaço para a triagem e quarentena. “Eles precisam ficar separados, avaliados. Pois podem passar entre as próprias espécies doenças ou parasitas durante o tratamento”, afirma Thiago.

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Casos sem complexidade terão cuidados e tratamento no centro

Ao todo, ao entrar em funcionamento, o Cetas terá capacidade para atender até 100 animais de forma simultânea. Conforme for a experiência, esse número poderá ser aumentado, pois o local contará com possibilidade de ampliação. Toda a organização do local foi aprovada pela Divisão de Fauna da Secretaria de Meio Ambiente do Estado, ainda no ano passado.

“Os limitadores foram colocados para ver como ficará a parte operacional e também para que a gente possa ter depois o consórcio com outros municípios, pois daí devemos ter um atendimento bem maior”, coloca Cristiane. Em Gramado, apenas a pasta atendeu 500 animais em três anos. “E um resgate nem sempre é apenas um animal. Um gambá pode estar acompanhado de nove a 13 filhotes”, diz Henkes.

As gaiolas serão divididas conforme grupo, como mamíferos, aves e répteis. Uma das salas, no andar superior, poderá sertransformada em viveiro. “Eles não ficarão acomodados aqui, a ideia é dar fluxo, vazão”, coloca.

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“O gargalo dos municípios é deslocamento e atendimento emergencial. Se tu vai até Porto Alegre, são duas horas que ele fica aguardando e necessitando. Então faremos um emergencial e após se organiza se ele precisará de cirurgia ou algo mais especializado na capital”, frisa Henke. “Se for um animal que não necessite de algo mais complexo, poderá ser tratado e solto aqui.”

A ideia é ter áreas de soltura não apenas no parque, mas em todos os municípios conveniados.

Recursos e repasses

Até o momento, o Município não teve custos adicionais para a montagem do centro de triagem. “De uma forma geral, o Cetas terá um custo, de equipamentos específicos, de R$ 700 mil”, explica a secretária Cristiane.

Parque Natural Municipal dos Pinheiros abrigará o Cetas



Parque Natural Municipal dos Pinheiros abrigará o Cetas

Foto: Fernanda Fauth/GES-Especial

Uma licitação será aberta para a aquisição dos aparelhos. Para subsidiar os valores, poderão ser utilizados recursos do fundo estadual, do Meio Ambiente, assim como repasses do Ministério Público, que acompanha o processo de estruturação.

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