Caso Tio Paulo: MP quer ouvir enfermeiro antes de pedir julgamento

O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) quer ouvir o enfermeiro do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) que atendeu Paulo Roberto Braga, de 68 anos, o “Tio Paulo”, antes de definir se pedirá para levar o caso a julgamento.

O processo está na fase de audiência de instrução e julgamento, etapa em que o juiz analisa as provas orais do caso. A ré no processo é Érika de Souza Vieira Nunes, sobrinha de Tio Paulo. O episódio, ocorrido em abril do ano passado, gerou grande repercussão nas redes sociais após Érika levar o tio, já morto, para sacar R$ 17 mil em uma agência bancária carioca.

Nas oitivas retomadas em fevereiro, os promotores reforçaram o interesse em ouvir o enfermeiro antes de abrir a petição para as alegações finais. À época do caso, o atendente relatou à polícia que, ao chegar na agência bancária, encontrou Tio Paulo já sem vida, apresentando “livores cadavéricos” — sinais que costumam surgir cerca de duas horas após a morte.

No entanto, os oficiais de Justiça não conseguiram localizá-lo nos endereços registrados. Diante disso, a juíza responsável pelo caso marcou uma nova audiência para 14 de maio, para que ele possa ser ouvido. Até lá, o profissional deverá ser encontrado e notificado da convocação.

Veja o vídeo.

 

O Metrópoles apurou que o enfermeiro será intimado pessoalmente na UPA 24h de Duque de Caxias (RJ), onde trabalha. Enquanto isso, a defesa de Érika solicitou que um psiquiatra seja convocado para depor a seu favor. O médico teria comentado, nas redes sociais, que os medicamentos administrados pela ré podem afetar a consciência.

A sobrinha do Tio Paulo é ré desde maio do ano passado por furto mediante fraude e vilipêndio de cadáver. Ela chegou a ser presa, mas foi liberada.

O caso

A suposta tentativa de fraude foi descoberta após atendentes do banco desconfiarem da ação e Érika. Depois disto, eles iniciaram uma filmagem. No vídeo é possível ouvi-la dizer: “Tio, tá ouvindo? O senhor precisa assinar. Se o senhor não assinar, não tem como. Eu não posso assinar pelo senhor, o que eu posso fazer, eu faço”.

Em seguida, os bancários chamaram a polícia e o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). O óbito de tio Paulo foi constatado ainda no banco.

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