Onda de calor requer cuidados com infecções alimentares e viroses; veja dicas e cuidados

O verão tem sido marcado por temperaturas acima da média no Estado. Em Gramado e Canela, não é diferente. Uma nova onda de calor iniciou nesta semana e deve permanecer, ao menos, até o fim da próxima. As máximas altas chamam atenção para os cuidados com a saúde, não apenas no que diz respeito ao banho de sol e hidratação, mas à alimentação.

O calor intenso faz com que os alimentos possam estragar mais rápido, aumentando o risco de viroses e intoxicações alimentares.

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Em dezembro de 2024, alimentos transportados sem refrigeração foram apreendidos pela Vigilância Sanitária



Em dezembro de 2024, alimentos transportados sem refrigeração foram apreendidos pela Vigilância Sanitária

Foto: PMG/Divulgação

Na cidade, dois surtos foram registrados no mês de janeiro, em estabelecimentos, como restaurantes, conforme dados da Vigilância em Saúde.

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“Temos observado denúncias de doenças transmitidas por alimentos. Tivemos algumas notificações de surtos, em estabelecimentos, e precisamos alertar. A Vigilância é parceira do turista e do munícipe e está disponível para fiscalizar e manter a qualidade da gastronomia e outros serviços”, coloca a diretora da Vigilância, Flávia Oliveira.

Como ajudar

A comunidade pode auxiliar a equipe da Secretaria da Saúde, no ato de verificação dos produtos. “Nos estabelecimentos que comercializam alimentos, observar prazos de validade, o calor faz com que os perecíveis estraguem mais fácil também, como frutas, verduras”, justifica.

“A comunidade também deve observar as condições dos alimentos refrigerados. Laticínios, por exemplo, é preciso ficar alerta, se as portas não estavam fechadas, se estão suando, ou se não estão gelados. Carnes, olhar o aspecto. O munícipe pode ser nosso fiscal”, frisa o secretário da Saúde, Jeferson Moschen.

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Atendimentos

Uma força-tarefa é criada, quando ocorre uma possibilidade de surto alimentar. “Se há atendimentos de diarreia, em postos de saúde, hospital e convênios de saúde, essas notificações vêm para a Vigilância Epidemiológica. Se tu tens mais de três casos no mesmo local, aí tens uma situação de surto alimentar”, revela.

“Aí aciona Vigilância Sanitária, que fará uma fiscalização, com coleta de amostras, dos alimentos da data provável da infecção, swab das unhas, entrevistas com os manipuladores de alimentos. E é chamada também a Vigilância Epidemiológica, que fará a averiguação da água e coleta, para ver a qualidade. Seguimos todos os protocolos do Ministério da Saúde”, conta Flávia.

Todo o mapeamento é encaminhado ao Estado, que dará o retorno da causa do surto. Os empreendimentos também ficam sob monitoramento da Vigilância Sanitária durante um período, para que não ocorra recidivas.

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Dicas e cuidados

A conservação de alimentos, sempre importante, ganha ainda mais destaque nessa época. Conforme a nutricionista do Círculo Saúde, Roberta Pappis, a primeira dica de cuidados diz respeito à qualidade, desde a sua compra até o momento do consumo.

“Para uma adequada conservação, mantenha os alimentos sob refrigeração e evite deixá-los expostos por muito tempo. Se for passar o dia fora, uma caixa térmica é uma ótima opção para conservar a temperatura adequada e evitar a proliferação de bactérias”, explica Roberta.

O ideal é, sempre que possível, dar preferência a alimentos frescos e bem cozidos. Saladas cruas, frutas, sucos, água de coco, sushi e outros crus podem ser perigosos em locais com higiene precária.

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Segundo Roberta, algo muito comum durante o verão são as viroses gastrointestinais — principalmente em locais com grande circulação de pessoas, como praias e clubes. Nesses ambientes, lavar bem as mãos com água e sabão é uma das formas mais eficazes de evitar contaminação.

“Quando não for possível, o álcool em gel 70% é uma alternativa segura”, diz.

Outro aspecto importante é a limpeza adequada dos alimentos, essencial para prevenir contaminações. “Frutas e vegetais devem ser lavados com água potável e uma solução de hipoclorito: para cada litro de água, use uma colher de sopa de hipoclorito e deixe de molho por 10 minutos antes de enxaguar em água corrente”, recomenda.

As boas práticas

O fiscal sanitarista Angelo Casara Luciano observa que os principais problemas vistos são referentes a boas práticas. “A maneira de como condicionar carnes, por exemplo, pois refrigerada e congelada têm temperaturas e validades diferentes e as empresas confundem”, explica.

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“A rotatividade ou a falta de experiência de profissionais eventualmente afeta a empresa. A norma diz que o proprietário ou o funcionário designado tem que ter um curso para boas práticas para serviço de alimentação, com carga mínima de 12 horas”, diz.

Diferenças entre viroses e intoxicação por comida

Os sintomas de viroses e intoxicações alimentares podem ser semelhantes, mas algumas características ajudam a diferenciá-los. Viroses são causadas por vírus e costumam se manifestar com náuseas, vômito, diarreia, febre e dores no corpo. Geralmente, o contágio ocorre pelo contato com superfícies contaminadas ou ingestão de água e alimentos contaminados.

Já a intoxicação é provocada por bactérias ou toxinas presentes nos alimentos mal armazenados ou preparados de forma inadequada. Os sintomas incluem diarreia intensa, vômito, dores abdominais e, em alguns casos, febre. Caso os sintomas forem intensos ou persistirem por mais de 48 horas, procurar um atendimento médico.

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