Jorge Lordello detona cantor Marrone por contratar motorista condenado

O apresentador e youtuber Jorge Lordello fez críticas ao cantor Marrone em um vídeo no qual relembra a morte de Cristiano Araújo, ocorrida em 2015. O especialista em segurança rebateu declarações da época do sertanejo, que faz dupla com Bruno, e disse que o acidente que vitimou tanto Cristiano Araújo quanto a namorada, Alana Morais, não foi uma fatalidade, e sim, um crime de homicídio.

Para quem não se lembra, apenas três meses após o acidente, Marrone contratou Ronaldo Miranda, motorista que trabalhava para Cristiano Araújo e que foi condenado por homicídio culposo pela morte do artista e da namorada. Na ocasião, a dupla de Bruno disse que o motorista merecia uma “segunda chance”. Lordello reagiu ao comentário de Marrone no vídeo. “Você está redondamente enganado”, disse.


Relembre

  • Após as investigações sobre o acidente, o Ministério Público de Goiás (MP-GO) concluiu que Ronaldo Miranda foi “imperito e negligente” por dirigir acima da velocidade prevista na rodovia.
  • Ele foi indiciado pela polícia por duplo homicídio culposo, quando não há intenção de matar, e denunciado pelo MP-GO.
  • Ronaldo Miranda foi a julgamento e, em janeiro de 2018, foi condenado a 2 anos e 7 meses de detenção, em regime aberto, mas o motorista não ficou preso.
  • A juíza do caso converteu a pena em prestação de serviços à comunidade, por 7 horas semanais pelo período da condenação, e prestação pecuniária no valor de dez salários mínimos.
  • Além disso, o motorista teve a CNH suspensa por 2 anos.

Detonou Marrone

No vídeo publicado nesta segunda-feira (10/3), Jorge Lordello relembrou que Marrone deu uma “nova chance” ao motorista que causou o acidente fatal de Cristiano Araújo. O sertanejo contratou Ronaldo Miranda como seu “secretário pessoal”.

“Toda pessoa merece uma chance. Não enxergo ele como culpado. O que aconteceu com Cristiano foi uma fatalidade. Ele merece uma chance, tem família, precisa trabalhar”, disse Marrone na época.

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Marrone usou óculos escuros no palco do SBT

Cantor Marrone é operado às pressas com glaucoma nos dois olhos
Marrone
Cristiano Araújo morreu em um acidente na BR-153, a mesma em que Zé Neto sofreu acidente
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Cristiano Araújo morreu aos 29 anos, durante um grave acidente de carro. A namorada dele, Allana, também faleceu

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Marrone usou óculos escuros no palco do SBT

Gabriel Cardoso/SBT/Divulgação

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Cantor Marrone é operado às pressas com glaucoma nos dois olhos

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Cristiano Araújo morreu em um acidente na BR-153, a mesma em que Zé Neto sofreu acidente

Cristiano Araújo (Divulgação: Globo)

O especialista em segurança rebateu a fala de Marrone. “Eu preciso fazer uma ressalva no que o cantor Marrone falou na época. Ele disse que o que aconteceu com Cristiano e Alana foi uma mera fatalidade. Marrone, você está redondamente enganado, está equivocado. Não existe o uso do termo fatalidade num acidente de trânsito que gerou duas mortes”, comentou Jorge Lordello.

“Existiu o crime de duplo homicídio culposo e o motorista foi condenado criminalmente. E digo mais, somos o terceiro país no mundo com mais mortes no trânsito. Mais de 35 mil pessoas perdem a vida por ano no Brasil e por isso não podemos falar em fatalidade”, ressaltou o apresentador.

Lordello seguiu com as críticas. “O que temos que falar é na irresponsabilidade de muitos motoristas e motociclistas em nosso país que abusam no trânsito, pois não tem medo das consequências penais. Olha Marrone, o motorista do Cristiano Araújo se tivesse provocado o acidente nos EUA, na Alemanha, Inglaterra ou Japão, pode ter certeza que ele estaria em maus lençóis e você não iria ter chance de empregá-lo”, apontou.

Críticas à legislação

Jorge Lordello também aproveitou a oportunidade para criticar a legislação brasileira. “O fato é que Cristiano Araujo e a namorada de apenas 19 anos morreram e passaram a fazer parte da estatística fria de mortes no trânsito no Brasil. Ser culpado em acidente de trânsito que matou duas pessoas e ter pena de prestação de serviço a comunidade é um verdadeiro escárnio”, afirmou.

“Eu opero com o direito penal ha quase 40 anos e continuo vendo nas ruas, motoristas inconsequentes em alta velocidade ou dirigindo sob efeito de álcool e outras drogas. É o fim da picada”, encerrou o especialista.

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