Bolsonaro sobre delações de Mauro Cid: “Algumas coisas são verdade”

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) reconheceu, nesta sexta-feira (14/3), que algumas declarações feitas por seu ex-ajudante de ordens, o tenente-coronel Mauro Cid, em sua delação premiada ao Supremo Tribunal Federal (STF), são verdadeiras. A afirmação foi feita durante participação no podcast Flow.

“Ele fala muita coisa. Algumas coisas são verdade, mas outras eu fico pensando: ‘Como o cara teve conhecimento disso, se nem eu estava sabendo?’”, declarou Bolsonaro. O ex-presidente alegou não ter conhecimento de certos fatos mencionados por Cid, que atuou como seu homem de confiança ao longo do governo.

Entre as revelações feitas pelo militar à Justiça, está a acusação de que Bolsonaro teria redigido um decreto para instaurar um “estado de defesa” com o objetivo de impedir a posse do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

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Apesar de inelegível, Bolsonaro diz que é o candidato do PL à presidência, em 2026

Ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, Mauro Cid foi indiciado pela PF
Mauro Cid na CPMI do 8 de Janeiro
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Jair Bolsonaro, durante entrevista, em frente à sede do PL, em Brasília (DF)

Sam Pancher/Metrópoles

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Apesar de inelegível, Bolsonaro diz que é o candidato do PL à presidência, em 2026

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Ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, Mauro Cid foi indiciado pela PF

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Mauro Cid na CPMI do 8 de Janeiro

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Segundo Cid, o documento chegou a ser apresentado aos comandantes das Forças Armadas, mas apenas o chefe da Marinha teria demonstrado apoio, enquanto os líderes do Exército e da Aeronáutica recusaram a proposta.

Nos últimos meses, Bolsonaro tem tentado se distanciar de seu ex-ajudante de ordens, apesar da proximidade que mantiveram durante seu mandato.

O ex-presidente afirmou que Cid foi indicado por outra pessoa e que apenas aceitou a sugestão. No entanto, Bolsonaro tem laços antigos com a família do militar: ele foi colega de Lorena Cid, pai de Mauro, na Academia Militar das Agulhas Negras (AMAN).

O nome de Lorena Cid apareceu em investigações recentes sobre o suposto desvio e tentativa de venda de joias recebidas como presentes do governo da Arábia Saudita.

Em uma das imagens analisadas, ele teria sido identificado no reflexo de uma foto das peças que foram levadas para os Estados Unidos pouco antes da posse de Lula.

Críticas ao TSE e à eleição de 2022

Além de comentar a delação de Mauro Cid, Bolsonaro voltou a criticar o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e a atuação da Corte na eleição presidencial de 2022. Segundo ele, o tribunal teria tomado medidas para favorecer a candidatura de Lula.

“Ninguém da esquerda poderia me derrotar, Ciro, Haddad… Segundo eles, o nome para me derrotar era o Lula, por isso reinterpretaram a instância. Ele tinha condenações. Anularam e ele voltou à estaca zero, voltou a ser elegível, e daí, acho que a gente vai entrar nesse assunto, teve a mão pesada do TSE para ele, a mão pesadíssima do TSE pró-Lula”, afirmou o ex-presidente.

Bolsonaro se referiu ao processo que levou à anulação das condenações de Lula na Lava Jato, permitindo que ele voltasse a concorrer à Presidência. O Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu que o ex-juiz Sergio Moro não tinha competência para julgar o petista e declarou a suspeição do magistrado, anulando as sentenças.

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