T-Cross é o carro mais global que a Volkswagen já fez e aqui estão as provas

Por muito tempo, a concepção de carro global era destinada a um modelo vendido nos quatro cantos do mundo de maneira idêntica. Modelos como Toyota Corolla, Honda Civic e Volkswagen Golf provam isso. Contudo, a ideia de um modelo verdadeiramente global é aquele que se adapta aos mercados em que atua, como é o caso do Volkswagen T-Cross.

Lançado globalmente em 2018, o Volkswagen T-Cross é o modelo mais global da marca alemã por uma simples razão: ele é capaz de se mutar e se adaptar para cada mercado, mantendo sua essência e adotando peças compartilhadas para reduzir custo. Afinal, existem seis T-Cross diferentes pelo mundo.

O começo de tudo

Inicialmente, a Volkswagen pretendia produzir um SUV subcompacto, menor que o Ford EcoSport, para países emergentes e Europa. Ele foi apresentado como Volkswagen Taigun no Salão do Automóvel de São Paulo e depois na Índia com pequenas atualizações. O modelo usaria plataforma do up! e o motor 1.0 TSI, ainda inédito na época.

Entretanto, estudos feitos pela marca detectaram que ele seria pequeno demais para a realidade do mercado. Na verdade, a Volks antecipou uma tendência, mas não teve coragem de investir nela na época. Por isso, mudou o rumo e apostou em um SUV compacto de verdade derivado do Polo, surgindo assim o projeto do T-Cross.

O primeiro vislumbre do que seria esse tal SUV compacto da Volkswagen apareceu em forma de conceito em 2016. O T-Cross Breeze antecipava as linhas do novo modelo, assim como flertava com a ideia de um SUV conversível. Ele tinha motor 1.0 TSI de 109 cv e era anunciado como um carro global.

Só que a verdadeira globalização do T-Cross aconteceu em 25 de outubro de 2018. Simultaneamente, a Volkswagen apresentou o SUV compacto no Brasil, em São Paulo, na Europa em Amsterdam, e na China em Shangai. Mas o que chamou a atenção é que, apesar de todos serem T-Cross, eram carros diferentes.

T-Cross europeu

O primeiro a aparecer foi o europeu. Ele é o mais curto de todos porque precisa se espremer entre o T-Roc e o Nivus, que são carros mais esportivos. Inclusive, diferentemente do Brasil, onde o T-Cross fica acima do Nivus, lá na Europa eles são equivalentes em preto e o SUV cupê se chama Taigo. Além disso, o Taos não existe no Velho Continente.

Mirando famílias pequenas e pessoas mais velhas, ele conta com entre-eixos de 2,55 m de comprimento, sendo o menor de todos. Já o porta-malas é mais generoso, com 385 litros, expansíveis até a 455 litros por conta do sistema de inclinação do encosto traseiro. O visual também é mais careta.

Há menos áreas em plástico preto na frente e na traseira. Já a lanterna traseira acende desde o princípio. Há também a versão R-Line com para-choque exclusivos e visual mais esportivo. Agora na reestilização, o visual foi unificado com o Brasil, exceto pela lanterna traseira, que no modelo europeu forma um X. Além disso, ele segue com entre-eixos curto.

No Velho Continente, o T-Cross usa quatro motores diferentes: 1.6 TDI quatro cilindros turbo diesel de 95 cv, 1.0 TSI três cilindros turbo de 95 cv ou 115 cv, além do 1.5 TSI quatro cilindros turbo de 150 cv. O câmbio pode ser manual de seis marchas ou automatizado de dupla embreagem com sete velocidades.

Uma curiosidade sobre o Volkswagen T-Cross europeu é que o volante padrão global usado hoje por todos os modelos da marca, exceto a Amarok, estreou nele. Aqui no Brasil, o Nivus foi o primeiro carro com esse novo volante, enquanto na Europa, a estreia veio com o SUV compacto.

T-Cross brasileiro

Aqui recebemos o T-Cross com entre-eixos alongado. Ao invés de usar o layout do Polo, ele recorreu à base esticada do Virtus, a qual levou o entre-eixos para 2,65 m. Contudo, a Volkswagen privilegiou o espaço interno em detrimento do porta-malas, fazendo ele carregar 373 litros ou 420 litros com o banco menos inclinado.

De todos os Volkswagen T-Cross vendidos no mundo, o nosso tem o pior acabamento, com nenhuma área macia ao toque e plásticos de qualidade inferior. Visualmente, ele tem mais áreas em plástico preto e grade frontal maior, deixando o estilo mais robusto e parrudo. Além, do nome T-Cross na parte frontal.

A reestilização deixou o nosso modelo igual ao europeu, exceto na qualidade de acabamento, lanterna traseira em X e luz de neblina dianteira. O Brasil também é o único país a ainda usar o motor 1.4 TSI e câmbio automático de seis marchas, enquanto o resto do mundo usa dupla embreagem e motor 1.5 TSI mais moderno.

No começo da carreira do T-Cross ele teve versão 1.0 TSI com câmbio manual de seis marchas, mas foi um fracasso nas vendas. Inclusive, o motivo pelo qual o Nivus não tem uma versão turbo manual no Brasil foi justamente a falta de interesse tupiniquim pelo T-Cross com pedal de embreagem.

Um, dois, três chineses

Agora a história fica um pouco mais complicada porque a Volkswagen vende três T-Cross ao mesmo tempo na China. Todos eles bem diferentes entre si. E isso se deve ao fato de que o mercado é gigantesco e a marca conta com duas sócias diferentes que precisam vender carros equivalentes para que uma não fique com ciúme da outra.

O SUV com nome global é feito pela SAIC e tem visual inspirado no Tiguan. Os faróis são mais retos, contam com refletores duplos e uma área larga de plástico cinza conectando as luzes de neblina. Além disso, a grade tem elementos internos fortes que lembram os do Nivus. A traseira é igual do modelo brasileiro, mas com um friso cinza.

Depois, temos o Tacqua. Ele tem o mesmo desenho do T-Cross europeu, mas com o entre-eixos esticado igual ao dos modelos brasileiros e chinês. A responsável pela sua produção é a FAW. Como ele tem pegada mais esportiva, só o Tacqua tem a versão R-Line. Além disso, o interior é mais escuro e com acabamento melhor que o brasileiro.

A mais recente adição à turma é o Tharu XR. Ele é feito pela SAIC e fica posicionado abaixo do T-Cross, sendo uma variante de baixo custo do modelo. O interior é mais simples do que de todos os modelos, mas tem visual inspirado na variante brasileira reestilizada. Além disso, ele conta com encostos de cabeça dianteiros fixos pois usa banco de Polo.

A dianteira e a traseira foram esticada em 13,4 cm para fazer ele parecer um carro maior. Além disso, os faróis são espichados e o para-choque tem um bocão parecido com o do Tera. Na traseira, as lanternas são conectadas, mas bem mais finas do que de qualquer outro modelo da família T-Cross. Na China, todos usam motor 1.4 TSI de 150 cv com câmbio de dupla embreagem ou 1.6 MSI com câmbio manual.

O nome que foi descartado

Para finalizar essa penca de Volkswagen T-Cross, o último modelo da família. Lançado na Índia em fevereiro de 2020, o Volkswagen Taigun resgata o nome do conceito abandonado pela marca alemã. Ele é construído sobre a plataforma MQB AO IN, uma versão de baixo custo da MQB A0 usada pelo T-Cross no mundo todo.

O visual é igual ao do T-Cross chinês, exceto por alguns detalhes. O indiano tem mais cromados por todos os cantos, além de uma grade frontal levemente diferente. Outro destaque é a coluna C com um prolongamento que finge ser uma janela. Os motores são 1.0 TSI de 115 cv ou 1.5 TSI de 150 cv, com opção de câmbio de dupla embreagem ou manual.

De todos os Volkswagen T-Cross, qual o seu preferido?


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