Caso Vitória: perícia mostra indícios no celular de principal suspeito

São Paulo — Uma perícia feita pela Polícia Civil de São Paulo no celular de Maicol Antônio Sales, principal suspeito de ter matado Vitória Regina de Souza, de 17 anos, encontrou fotos da adolescente, além de imagens de facas e revólver. Vitória foi brutalmente assassinada depois de desaparecer na noite do último dia 26 de fevereiro, em Cajamar, na Grande São Paulo.

Além de imagens da própria vítima, os investigadores também encontraram no celular do suspeito fotos de outras garotas com características físicas semelhantes a Vitória.


A morte de Vitória

  • Vitória Regina de Souza, de 17 anos, foi encontrada decapitada e com sinais de tortura na tarde do dia 5 de março, em uma área rural de Cajamar, na Grande São Paulo. Ela estava desaparecida desde o dia 26 de fevereiro, quando voltava do trabalho.
  • Em nota, a Secretaria da Segurança Pública (SSP) afirmou que o corpo estava em avançado estado de decomposição. A família reconheceu o corpo por conta das tatuagens no braço e na perna e um piercing no umbigo.
  • Imagens de câmeras de segurança mostram a jovem chegando a um ponto de ônibus no dia 26 de fevereiro e, posteriormente, entrando no transporte público. Antes de entrar no coletivo, a adolescente enviou áudios para uma amiga nos quais relatou a abordagem de homens suspeitos em um carro, enquanto ela estava no ponto de ônibus.
  • Nos prints da conversa, a adolescente afirma que outros dois homens estavam no mesmo ponto de ônibus e que lhe causavam medo. Em seguida, ela entra no ônibus e diz que os dois subiram junto com ela no transporte público — e um sentou atrás dela.
  • Por fim, Vitória desce do transporte público e caminha em direção a sua casa, em uma área rural de Cajamar. No caminho, ela enviou um último áudio para a amiga, dizendo que os dois não haviam descido junto com ela. “Ta de boaça”. Foi o último sinal de Vitória com vida.

As informações sobre o relatório feito pela polícia foram confirmadas pelo advogado da família de Vitória, Fabio Costa, que afirma ter tido acesso ao material. O Metrópoles entrou em contato com o delegado Luiz Carlos do Carmo, diretor do Departamento de Polícia Judiciária da Macro São Paulo (Demacro), da Polícia Civil, mas não obteve retorno.

Outro ponto confirmado pelo advogado é que a investigação descobriu que Maicol visualizou uma postagem feita por Vitória no Instagram quando esperava o ônibus para voltar para casa, na zona rural de Cajamar, na Grande São Paulo. O indício é de que, com isso, o suspeito saberia exatamente o horário que ela chegaria.

Maicol Antônio Sales, que também era vizinho de Vitória Regina, foi preso no último sábado (8/3). O carro dele, um Toyota Corolla prata, foi visto no local em que a menina foi raptada momentos antes do crime. A polícia disse ter encontrado manchas de sangue no porta-malas do veículo. O material genético colhido na perícia será submetido a exames técnicos para comprovar que se trata de material genético da menina.

“O Corola de Maicol tinha sangue no porta-malas. Tudo leva a crer que possa ser da vítima. Foi encaminhado para um laboratório de DNA. É um processo demorado. É necessário fazer um refinamento. O sangue acaba se misturando com algumas propriedades que estão no local. Entre 30 e 40 dias o laudo estará pronto”, disse Carmo, na última semana.

Após o delegado seccional de Franco da Rocha, Aldo Galiano, levantar uma série de hipóteses sobre o assassinato da adolescente e divulgar os nomes de vários possíveis envolvidos, o diretor do Demacro disse, na última segunda-feira, que a polícia reduziu as investigações para três suspeitos.

Além de Maicol, são eles: Gustavo Vinícius, ex-namorado da vítima; e Daniel Lucas, que teria tido um caso com o ex-companheiro dela e é amigo da família.

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