Fotógrafo brasileiro encontrado morto no rio Sena tem cremação marcada

O corpo do fotógrafo brasileiro Flávio de Castro Sousa, de 36 anos, será cremado em 25 de março no cemitério Père Lachaise, em Paris. O mineiro foi encontrado em estado avançado de decomposição em 4 de janeiro no rio Sena, após passar 45 dias desaparecido e, desde então, não havia data marcada para a cremação do corpo e traslado das cinzas para o Brasil.

A data inicial prevista era 13 de março, mas, segundo a família, foi anulada sem explicação por parte da funerária francesa.

Apesar da tristeza pela perda do filho, a definição de uma data para cremação de Flávio é um alívio para a mãe do fotógrafo, a auxiliar de enfermagem Marta Maria de Castro. Em um e-mail intermediado pelo Consulado do Brasil em Paris e enviado a Santos Castro, o advogado da família, a funerária Anúbis, encarregada do procedimento, confirmou a data da cerimônia para terça-feira (25/3), às 11h30 de Paris, no Père Lachaise.

Ainda não há data marcada para o envio dos restos mortais de Flávio para Minas Gerais. Mas a empresa também afirmou que o principal pedido da mãe do jovem será atendido: Marta solicitou que uma mecha dos cabelos do filho seja preservada para que ela possa guardar como recordação.

O e-mail do consulado informou que a participação de familiares no crematório será restrita. Mas o advogado Santos Castro informou que pretende contestar, já que amigos de Flávio que vivem na França demonstraram o desejo de prestar homenagens na ocasião da cerimônia.

Em entrevista à RFI, parceiro do Metrópoles, a mãe do fotógrafo contou que não recebeu explicações da funerária sobre a anulação da data inicial para a cremação. A empresa foi contactada pela reportagem na semana passada, mas não respondeu.

Rifa para ajudar a família de Flávio

A cremação e envio dos restos pela funerária custou mais de R$ 23 mil, segundo a mãe do fotógrafo. Marta, que está sob efeito de medicamentos desde o desaparecimento do filho, realiza uma rifa virtual de uma bicicleta profissional que pertencia a Flávio Carrilho, seu nome artístico nas redes sociais, para tentar alcançar R$ 60 mil e ajudar nos custos. A rifa segue ativa.

O advogado da família informou que os pertences de Flávio, incluindo seu computador, telefone celular e roupas, já foram liberados pela polícia francesa e enviados ao Brasil. Ele explicou que os bens “já estão na alfândega brasileira e uma taxa de R$1.060,00 foi paga para que os itens sejam liberados para a família”.

Santos Castro também indicou que a família espera ter acesso ao laudo das análises da polícia, assim como as conclusões das investigações da França, que não foram transmitidos até agora. Maria Iolanda da Silva, uma amiga da família que mora na França, contou que em seu último contato com os investigadores do caso em Paris, exames toxicológicos realizados no corpo de Flávio mostraram grande quantidade de álcool no sangue e confirmaram a morte por afogamento.

Relembre o caso

Flávio de Castro Sousa desembarcou na capital francesa em 1° de novembro para fotografar o casamento de uma amiga brasileira três dias depois, trabalho que realizou por meio de sua empresa, a Toujours Fotografia.

O mineiro conhecia a França, falava o idioma fluentemente e tinha amigos na capital. Ele se organizou para permanecer mais algumas semanas e marcou o voo de retorno ao Brasil em 26 de novembro, dia em que teria caído no rio Sena.

No dia seguinte, 27 de novembro, depois de horas sem notícias do jovem, amigos em Paris alertaram amigos e familiares do fotógrafo no Brasil sobre o desaparecimento preocupante do mineiro. Ao tentarem contatar Flávio por telefone, funcionários de um restaurante encontraram o celular do brasileiro em um vaso de plantas e atenderam a ligação. O restaurante fica a poucos metros da beira do rio, onde provavelmente ocorreu a queda fatal do fotógrafo.

Flávio aparece pela última vez nas câmeras de segurança à beira do rio Sena em 26 de novembro, depois de ser filmado abandonando o próprio celular no restaurante.

O caso causou grande comoção da comunidade brasileira na França, e muitos cartazes foram espalhados pela capital, além de grupos de organização de buscas terem sido criados em aplicativos de conversas.

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