Visitação a Parques Naturais no Brasil bate recorde em 2023 e movimenta economia

Visitação a Parques Naturais no Brasil bate recorde em 2023 e movimenta economia

De acordo com o levantamento, 74% das visitas ocorreram em parques nacionais e 26% em parques estaduais (Freepik/Wirestock)

O Brasil registrou um recorde histórico na visitação a parques naturais em 2023, com 15,9 milhões de visitas. O número representa um aumento expressivo em relação aos últimos anos e destaca o papel dessas áreas na economia e na conservação ambiental. No entanto, o monitoramento da visitação ainda enfrenta desafios significativos, conforme aponta o estudo “Visitômetro dos Parques do Brasil”, publicado pelo Instituto Semeia nesta segunda-feira (17).

De acordo com o levantamento, 74% das visitas ocorreram em parques nacionais e 26% em parques estaduais. O Parque Nacional da Tijuca (RJ) liderou o ranking, com mais de 4,4 milhões de visitantes, seguido pelo Parque Nacional do Iguaçu (PR), com 1,8 milhão, e pelo Parque Nacional de Jericoacoara (CE), que recebeu 1,4 milhão de pessoas. Entre os parques estaduais, o mais visitado foi o Parque Estadual do Cocó (CE), com 598 mil visitas.

“O estudo destaca que o potencial da visitação aos parques pode movimentar até R$ 44 bilhões na economia nacional e gerar cerca de um milhão de empregos”

O estudo destaca que o potencial da visitação aos parques pode movimentar até R$ 44 bilhões na economia nacional e gerar cerca de um milhão de empregos. O crescimento na visitação também tem sido acompanhado por um aumento na quantidade de parques que monitoram seus visitantes, passando de 49 unidades em 2012 para 165 em 2023.

A região da Mata Atlântica concentrou o maior volume de visitas, com 10,4 milhões, reflexo da alta densidade populacional e da proximidade de grandes centros urbanos. A Caatinga ficou em segundo lugar, com 2,5 milhões de visitantes. Apesar do avanço na visitação, o monitoramento ainda enfrenta gargalos.

“Os três parques mais visitados foram responsáveis por quase metade do fluxo total, enquanto muitos outros recebem poucos visitantes”

Muitos parques carecem de infraestrutura para registrar com precisão a quantidade de visitantes. Além disso, a falta de recursos financeiros e humanos nos órgãos ambientais dificulta a ampliação do monitoramento. Outro desafio apontado no estudo é a concentração da visitação em poucas unidades.

Os três parques mais visitados foram responsáveis por quase metade do fluxo total, enquanto muitos outros recebem poucos visitantes, o que pode impactar sua sustentabilidade financeira e conservação.

Boas práticas e inovações

(Freepik/Jcomp) Visitação a Parques Naturais no Brasil bate recorde em 2023 e movimenta economia

Os três parques mais visitados foram responsáveis por quase metade do fluxo total (Freepik/Jcomp)

O estudo também destaca iniciativas bem-sucedidas para melhorar a gestão da visitação. O Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) adotou um manual para padronizar a coleta de dados. O Instituto Estadual de Florestas de Minas Gerais (IEF-MG) criou um painel de indicadores para monitorar o fluxo de visitantes. O Instituto do Meio Ambiente de Santa Catarina (IMA-SC) implementou um sistema de agendamento online para controlar o acesso aos parques.

No Rio de Janeiro, o Instituto Estadual do Ambiente (INEA-RJ) implantou sensores automáticos de contagem de visitantes, tecnologia que tem sido adotada por outros estados. “Os dados de visitação mudam todas as projeções econômicas dos projetos. Com informações mais precisas, podemos tomar decisões mais seguras e atrair mais recursos para as unidades de conservação”, afirmou Marina Moss, gerente de Visitação e Sustentabilidade do INEA-RJ.

Perspectivas futuras

Visitação a Parques Naturais no Brasil bate recorde em 2023 e movimenta economia

O crescimento na visitação reflete o interesse crescente da população pelos parques naturais (Freepik/Tawatchai07)

Para avançar, o estudo sugere a ampliação da transparência e da integração entre os gestores de parques. Atualmente, apenas quatro órgãos ambientais publicam sistematicamente os dados de visitação. O crescimento na visitação reflete o interesse crescente da população pelos parques naturais e seu potencial econômico. No entanto, para que esse crescimento seja sustentável, é necessário avançar na gestão e no monitoramento, garantindo que os parques cumpram sua função de conservação e lazer para as futuras gerações.

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