Estagflação à vista? “armadilha econômica complexa” avalia economista

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A economia brasileira enfrenta um cenário desafiador, com juros elevados e inflação pressionada. Diante disso, cresce a discussão sobre a possibilidade de o país entrar em um ciclo de estagflação, fenômeno caracterizado por baixo crescimento econômico e alta inflação. Em entrevista ao programa BM&C News, o economista Ecio Costa analisou essa possibilidade e destacou os principais fatores que impactam a economia brasileira.

Estagflação à vista? O que os dados dizem

Segundo Costa, apesar das preocupações, o Brasil ainda não está em um quadro de estagflação. “A economia precisaria estar realmente entrando em recessão técnica, com dois trimestres seguidos de queda do PIB e inflação em um patamar muito elevado. Esse não é o cenário atual“, explicou. No entanto, ele alerta que o país vive “uma armadilha econômica complexa“, na qual políticas expansionistas do governo e a política monetária do Banco Central seguem em direções opostas.

Política fiscal expansionista x Política monetária restritiva

De um lado, o governo mantém uma estratégia de expansão fiscal, injetando dinheiro na economia para incentivar o consumo e impulsionar o crescimento. Do outro, o Banco Central atua de forma rigorosa para conter a inflação, mantendo juros elevados e limitando a liquidez no mercado. “O Banco Central tem sido coerente com sua política monetária, buscando manter o controle da inflação e preservar o valor da moeda. No entanto, essa situação acaba gerando um problema de crescimento econômico“, explicou Costa.

Essa disputa entre política fiscal e monetária pode prolongar o cenário de inflação elevada, enquanto o crescimento econômico segue fragilizado. “Os estímulos fiscais ainda continuam sendo concedidos, o que mantém a inflação pressionada“, destacou o economista.

Eleições e o impacto na economia

O cenário eleitoral de 2026 pode complicar ainda mais essa equação. Costa aponta que, tradicionalmente, governos tendem a aumentar os gastos públicos em anos que antecedem eleições, o que pode intensificar as pressões inflacionárias e gerar ainda mais instabilidade no mercado. “O governo precisará gastar mais para se reeleger, o que adiciona um fator extra de pressão sobre a economia“, explicou.

Estagflação? Veja o que esperar.

O economista acredita que, apesar das incertezas, a situação deve ser resolvida a longo prazo. “Em algum momento, o ajuste acontecerá, mas o processo pode ser doloroso“, afirmou Costa. A expectativa do mercado é de que o Banco Central continue adotando uma postura cautelosa na condução da Selic, buscando equilibrar inflação e crescimento.

Com isso, o Brasil segue em um cenário delicado, no qual as decisões do governo e do Banco Central terão papel crucial para determinar o ritmo da economia nos próximos anos. Se por um lado a estagflação ainda não é uma realidade, por outro, os desafios econômicos exigem medidas estratégicas para evitar que o país caia nessa armadilha.

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