“Não há condições de manter o convênio”, diz Prefeitura após cortar verba da Orquestra de Sopros de Novo Hamburgo

A Orquestra de Sopros de Novo Hamburgo (OSNH), que tem mais de 70 anos e é uma das mais antigas Estado, encerrará suas atividades. O motivo é que os repasses de valores que mantinham a OSNH foram encerrados pela Prefeitura. Em nota enviada à reportagem na tarde desta terça-feira (18), o Município confirma o fim do contrato. 

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Foto: Diogo Mascarenhas/OSNH

“Diante das dificuldades financeiras enfrentadas pelo Município neste momento, não há condições de manter o convênio com a instituição”, justifica. O Executivo diz, ainda, que “está à disposição para auxiliar a OSNH na captação de recursos junto à iniciativa privada” e ressalta que “o cenário pode ser alterado para o próximo ano, pois a situação é momentânea devido à escassez de recursos”.

O Termo de parceria com a Secretaria Municipal de Cultura costuma ser assinado aos finais de cada ano, o que não ocorreu em 2024. Conforme o diretor artístico da OSNH e diretor-geral do Núcleo de Orquestras Jovens, Gustavo Müller, a Gestão Municipal pediu o prazo para o dia 24 de janeiro, porém, o retorno só ocorreu na última sexta-feira (14), com a negativa: o contrato de R$ 1.208.260,00 referente ao ano inteiro de despesas da Orquestra e de três polos, seria encerrado.

A decisão do Município causará a demissão de 34 músicos e outros profissionais e o fechamento de três polos de ensino de música para crianças: Escola Estadual 25 de Julho, Estação Cidadania e Escola Adolfina Diefenthäler.

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Outros núcleos seguirão abertos

Dos 26 núcleos de osquestras jovens, 23 seguirão em funcionamento, quatro com recursos da Secretaria Municipal de Educação. A maioria dos núcleos (19) funcionam com recursos captados por meio da Lei Rouanet. 

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Presidente do instituto lamenta

Criada por Arlindo Ruggeri em 1952, a OSNH é mantida pelo instituto que leva o nome do fundador. “A parceria existente com a Prefeitura existe há 72 anos. Hoje vemos esse importante membro deste organismo, a OSNH, ser abandonado, como quem simplesmente decide não mais cuidar de uma parte do seu corpo, ou de um cômodo de sua casa”, afirmou a presidente do Instituto Arlindo Ruggeri, Vera Sant’Ana.

A OSNH completa 73 anos em 2025, quase a mesma idade que a Orquestra Sinfônica de Porto Alegre (OSPA), considerada a orquestra mais importante do Estado e que fará 75 anos este ano.

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FeMusik

Após os cortes, até o Festival Internacional de Música de Novo Hamburgo (FeMusiK), ancorado à orquestra, fica em risco de ser extinto. O evento atrai músicos do Brasil e do exterior, lotando a rede hoteleira da cidade e movimentando a economia local.

Leia na íntegra o que diz a Prefeitura de Novo Hamburgo

“Nota de esclarecimento

A Prefeitura vem a público explicar sobre os repasses à Fundação Arlindo Ruggeri, que é a mantenedora da Orquestra de Sopros de Novo Hamburgo (OSNH).

Núcleos de Orquestra Jovem:

A totalidade dos núcleos de orquestra jovem do Município têm suas atividades garantidas para 2025.
Dos sete núcleos mantidos pelo Município, quatro estão com o convênio assinado e os outros três serão regularizados nos próximos dias.

Para assegurar a continuidade do programa, o Município utilizará recursos federais destinados à Educação.

Manutenção da OSNH:

A Prefeitura de Novo Hamburgo reconhece a importância e a relevância da Orquestra de Sopros para a cidade.

Porém, diante das dificuldades financeiras enfrentadas pelo Município neste momento, não há condições de manter o convênio com a instituição.

O Executivo está à disposição para auxiliar a OSNH na captação de recursos junto à iniciativa privada. Além disso, ressalta que o cenário pode ser alterado para o próximo ano, pois a situação é momentânea devido à escassez de recursos.

Impacto no orçamento:

Como há mais de R$ 200 milhões de despesas não pagas de 2024, o Executivo precisará adequar integralmente o orçamento de 2025. Com isso, todas as secretarias, diretorias e departamentos têm menos dinheiro do que o previsto para desenvolver suas ações e programas.

Portanto, o contingenciamento de despesas não atinge apenas o setor cultural. As demais pastas também enfrentam a mesma necessidade de readequação financeira.”

(*) Colaborou: Bruna de Bem

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