“Corpo destruído”, diz modelo que denunciou “médico das estrelas”

O sonho de corrigir imperfeições no corpo e recuperar a autoestima se transformou em um pesadelo irreversível para uma modelo, que passou por uma série de cirurgias plásticas com o cirurgião Wilian Pires de Oliveira Junior, em Goiânia (GO). Após um procedimento que deveria consertar falhas de intervenções anteriores, ela afirma ter sido mutilada, sofrido negligência médica e sido deixada sem assistência em meio ao sangramento intenso.

Em 5 de fevereiro de 2025, Daiana foi internada no Hospital Jacob para passar por três procedimentos estéticos: lipoaspiração HD, implantes de silicone nos seios e ninfoplastia – cirurgia íntima para redução dos pequenos lábios vaginais.

Ela pagou R$ 137 mil pelo pacote, além de R$ 15 mil adicionais. Mas, segundo seu relato à polícia, o que aconteceu na sala de cirurgia foi muito além do que ela havia consentido.

“O serviço era para ser uma ninfoplastia, mas ele fez outra coisa. Ele cortou meu clitóris! Mesmo eu tendo avisado antes, inclusive na cirurgia, para não fazer isso!”

A mutilação, segundo ela, é irreversível e devastou sua vida pessoal, autoestima e saúde mental.

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A modelo denunciou atendimento precário
Vítima do cirurgião plástico das estrelas
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Dr. Wilian Pires participou do 3º Leilão do Instituto Neymar Jr. e arrematou experiência valiosa para ajudar o projeto social

Dr. Wilian Pires/Reprodução

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A modelo denunciou atendimento precário

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Vítima do cirurgião plástico das estrelas

Arquivo pessoal

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Reprodução

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cirurgião plástico Wilian Pires

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Cirurgiões Wilian Pires, Thiago Paoliello e Guilherme Scheibel acompanhados de Virgínia Fonseca e Poliana Rocha

Instagram/Reprodução

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Dr. Wilian Pires é conhecido por ser o “médico das estrelas”

Dr. Wilian Pires/Reprodução

 

O drama da mulher não terminou no centro cirúrgico. Quando acordou da anestesia, sentiu um sangramento excessivo e percebeu que o quarto estava tomado por sangue. Sentindo dores intensas, ela disse que clamava por atendimento, mas não havia nenhum integrante da equipe do cirurgião no hospital para ajudá-la.

“Eu estava deitada em um lençol encharcado de sangue, gritando por ajuda, e ninguém vinha. Minha mãe teve que trocar o lençol sozinha. O médico simplesmente sumiu”. Segundo a modelo, ela tentou contato direto com o cirurgião, mas ele não respondeu. No entanto, terceiros conseguiram falar com ele pelo Instagram, e o médico respondia normalmente.

Ainda segundo o depoimento da mulher, a assistência médica só apareceu às 19h30, mais de 12 horas após a cirurgia, e segundo ela, a médica responsável “fez pouco caso da sua situação”. No dia seguinte, ela alega que recebeu alta sem receber os esclarecimentos necessários sobre o ocorrido.

Outro lado
Diante da repercussão, Wilian Pires de Oliveira Junior registrou um boletim de ocorrência contra a mulher, acusando-a de calúnia e ameaça. Ele nega ter cometido erro médico.

Por meio de nota, o médico alegou que “os procedimentos foram realizados após avaliação e proposta terapêutica, bem como previa ciência e anuência, seguindo todos os preceitos éticos e técnicos.”

Acrescentou que “não houve qualquer intercorrência ou resultado adverso, estado ela em período pós-operatório, sendo que, de acordo com a prática médica e a própria Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, os resultados demandam aproximadamente seis meses para serem evidenciados, inclusive com a possibilidade de um segundo tempo cirúrgico (retoque), sem que tal fato constitua imperícia do cirurgião.”

O especialista finalizou dizendo que “no que concerne aos cuidados pós-operatórios, salientamos que a paciente teve todo o suporte necessário, com os cuidados médicos e profissionais a sua disposição.”

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