Universitário é preso com 200 atestados falsos para venda em ‘larga escala’ com ajuda do namorado em Roraima


Casal de namorados vendia 50 atestados falsos por mês em Roraima, conforme investigação da Polícia Civil. Atestados falsos apreendidos durante a operação Dólon, em Boa Vista
Polícia Civil/Divulgação
Um universitário, de 32 anos, foi preso em flagrante por suspeita de vender atestados médicos falsos em Boa Vista. Ele agia em apoio ao namorado, que é técnico em análises clínicas, de 44 anos, segundo a Polícia Civil. Juntos, os dois vendiam por mês até 50 atestados falsos por um valor médio de R$ 50, o que daria R$ 3 mil mensais.
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A venda ocorria em “larga escala”, segundo o delegado que investiga o caso, Guilherme Peres, do 4º Distrito Policial. Na casa do técnico em análises clínicas foram apreendidos:
Sete carimbos falsificados de diferentes médicos;
50 atestados médicos preenchidos e assinados; e
Aproximadamente 200 atestados médicos em branco.
O técnico em análises clínicas era investigado pela Polícia Civil deste dezembro de 2024. À época, uma empresária denunciou que uma funcionária havia apresentando atestado médico suspeito. Ao entrar em contato com o médico que supostamente assinou o documento, foi constatado que o atestado era falso.
“A partir dessa denúncia, iniciamos a investigação e identificamos um esquema de falsificação e venda de atestados médicos em larga escala. Durante as investigações, ouvimos diversas pessoas citadas”, informou o Peres.
Ao longo das investigações, o auxiliar foi identificado como a pessoa que vendia os atestados. Nessa terça, a polícia deflagrou operação Dólon para cumprir mandado de buscas na casa dele. Lá, o namorado foi preso em flagrante. No imóvel também foram apreendidos vários objetos e papeis relacionados à prática de falsificação de documentos públicos.
De acordo com a polícia, o universitário confessou que ajudava o namorado a vender os atestados. Ele vendiam até 50 atestados falsos por mês e cobravam valores diferenciados conforme a urgência e os dias da semana, com preços mais altos em períodos próximos a feriados e finais de semana.
“Eles vendiam cada atestado médico pelo valor médio de R$ 60. O esquema causava prejuízos para empresas, para o sistema de saúde e comprometia a credibilidade da classe médica, cujos nomes e carimbos eram utilizados sem autorização”, observou o delegado.
Carimbos e papéis de atestados falsos durante a operação Dólon, deflagrada pela Polícia Civil em Boa Vista
Polícia Civil/Divulgação
Pessoas com nome no atestado também são investigas
Além do universitário e do namorado dele, a Polícia Civil também investiga todas as pessoas que tinham nomes nos atestados falsificados.
“Temos o nome de 50 pessoas que estão sendo investigadas, cujos nomes estavam nos atestados médicos falsificados. As investigações vão apontar a responsabilidade de cada um. Em interrogatório o investigado disse que há aproximadamente quatro anos eles atuam nesse esquema. As investigações vão esclarecer todos esses detalhes”, disse o delegado.
Operação Dólon – o nome da operação faz referência ao personagem da mitologia grega que tentou enganar os gregos e foi descoberto. Segundo o delegado, os investigados tentaram enganar o sistema de saúde e os órgãos públicos com documentos falsificados.
Universitário preso atuava junto com o namorado na vendas dos atestados falsos, segundo a Polícia Civil
Polícia Civil/Divulgação
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