A nova internação de Linn da Quebrada para cuidar de problemas psicológicos causou uma verdadeira comoção nas redes sociais. E, meses antes de precisar recorrer a uma clínica de reabilitação, a cantora já percebia sinais de que precisava de ajuda.
“Eu não me dava o direito de perceber que estava precisando de cuidado emocional e psicológico porque eu estava dando um show. Ninguém pôde perceber porque enquanto eu estava cantando ‘bicha estranha, louca, preta, da favela’ ninguém percebeu que eu estava tão triste”, começou, em um bate-papo com Luisa Marilac, em janeiro.
Desabafo
Ainda durante a entrevista, ela fez uma análise da situação pela qual estava passando: “Muitas vezes, as pessoas não percebem que estamos tristes porque nós estamos fazendo festa, dando nosso show, continuamos trabalhando e sorrindo diante das câmeras. O mundo não para. Mas quando a gente desliga a câmera, sai do palco e volta pra casa, a sensação de vazio permanece”, comentou, antes de completar:
“Eu não percebia, ou não queria perceber, que esse vazio estava tomando conta de mim, sabe? Eu preferi continuar fazendo show, achava que era necessário continuar. Achava que o show não podia parar, que as coisas tinham que continuar”, afirmou.
Sobrecarga profissional
Em seguida, Linn da Quebrada recordou que foi preciso “pararem” por ela: “E sinto que, coletivamente, as pessoas a minha volta achavam que isso tinha que acontecer. São muitas coisas. Mas chegou um momento em que as pessoas a minha volta, e eu agradeço muito, pararam por mim e falaram ‘você precisa parar’”, detalhou.
E seguiu com seu balanço “A máquina Linn da Quebrada vinha acontecendo desde 2015: lançamento de filme, Europa, Bicha Travesti, Segunda Chamada e Big Brother. Muitas coisas acontecendo e, junto com tudo isso, uma vida, um corpo, uma família, amores, afetos e histórias. Tudo isso acontece junto desses shows, dessa festa, desse vazio e, às vezes, a gente não dá conta de lidar com tudo isso e é preciso parar”, contou.
No fim, ela analisou as cobranças pelas quais as pessoas passam: “O mundo está o tempo todo dizendo que a gente não pode parar, que tem que ser mais forte, que aguenta mais um pouco, sim. Resistir e contracenar também é saber o momento de sair de cena”, encerrou.