Nova alta da Selic pode desacelerar economia e o agronegócio

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Foto: Pixabay

A tomada de crédito deve ficar mais cara neste ano. Isso porque o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central confirmou a elevação da taxa básica de juros em um ponto percentual, levando a Selic de 13,25% para 14,25% ao ano. A decisão veio dentro das expectativas do mercado e marca a quinta alta consecutiva da taxa, alcançando o maior patamar desde 2016. 

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Para o economista-chefe da MB Associados, Sergio Vale, o Banco Central deve reduzir o ritmo das elevações nas próximas reuniões, com aumentos de meio ponto percentual, chegando a uma Selic em torno de 15% ou 15,25%. 

“Esse patamar deve se manter por alguns meses e ter impacto direto no crescimento econômico, especialmente no segundo semestre”, afirma. Segundo ele, após esse ciclo altista, a tendência é de desaceleração da economia em 2025 e possivelmente em 2026.

Preocupações à vista

A ata da última reunião do Copom, anunciada na última quarta-feira (19), trouxe a preocupação do Banco Central com a inflação, que está acima da meta estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). O comunicado também indicou que, se o cenário econômico se confirmar, um novo ajuste, mas de menor magnitude, poderá ocorrer na próxima reunião, marcada para maio.

Na avaliação de Vale, apesar dos membros do Comitê sinalizarem preocupação com a atividade econômica, o comunicado evitou apontar diretamente os riscos fiscais. “O Banco Central mencionou a questão fiscal como uma percepção do mercado, sem aprofundar uma análise sobre os desafios da política fiscal atual”, explica.

De acordo com o economista, “há elementos negativos na política fiscal neste momento”, mas a autoridade monetária não enfatizou essa preocupação diretamente na ata.

Impactos para o agronegócio

Os efeitos dos juros elevados no setor agropecuário também devem ser significativos, especialmente no custo do crédito. “O Plano Safra terá taxas mais elevadas, e o produtor rural precisará lidar com um cenário de encarecimento do financiamento. Isso pode afetar os investimentos no setor”, alerta. 

Além disso, Vale reforça que a alta dos juros tende a reduzir o consumo nos próximos anos, o que pode afetar a demanda por produtos agropecuários e pressionar ainda mais a atividade econômica. “O cenário de desaceleração do consumo em 2025 e 2026 precisa ser acompanhado de perto”, conclui.

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