Até quanto o Bitcoin pode cair para Saylor não ficar no prejuízo

O Bitcoin começou a semana no vermelho já no domingo (6), e hoje parece apontar para um dia cheio de volatilidade. A maior criptomoedas de todas recua mais de 5% nas últimas 24 horas, e cai abaixo de US$ 80 mil. Michael Saylor já fez sua parte no X, e relembrou que um Bitcoin tem um valor intrínseco.

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Em meio ao caos, o fundador e presidente da Strategy, Michael Saylor, tenta acalmar os investidores da criptomoeda, entusiastas de Bitcoin e os acionistas de suas empresas. Isso porque, a Strategy hoje é a maior detentora pública do ativo digital.

“1 BTC = 1 BTC”, escreveu. Ou seja, ele relembra que o Bitcoin não precisa ser precificado em dólar ou qualquer outra moeda para ser valioso. Desde que seja um Bitcoin, ele já tem valor por si só.

Até quanto o Bitcoin pode cair?

Mas a sua empresa, bem como o mundo tradicional e seus acionistas, funcionam com dólar. Então, é mais do que justo medir a quantidade de Bitcoin que Saylor carrega e também um potencial prejuízo em dólar.

De acordo com o site SaylorTracker, que monitora as aquisições e o desempenho das reservas de Bitcoin da Strategy, a empresa atualmente possui cerca de 528.185 BTC. O montante foi adquirido a um preço médio de compra de aproximadamente US$ 66.360 por moeda, incluindo taxas e despesas.

Isso significa que, para Michael Saylor e a Strategy não registrarem prejuízo em suas holdings de Bitcoin, o preço do ativo precisaria se manter acima desse valor médio de aquisição.

Em outras palavras, se o preço do Bitcoin cair para menos de US$ 66.360, a empresa começaria a enfrentar prejuízos não realizados em seu balanço patrimonial.

Algo que já ocorreu em momentos de queda acentuada no passado, como em 2022, quando a MicroStrategy registrou uma cobrança de prejuízo digital de US$ 917,8 milhões.

Saylor está confortável

No cenário atual, com o Bitcoin valendo US$ 70.000, a Strategy está em uma posição confortável, com ganhos não realizados significativos. Usando os números do SaylorTracker, o valor atual das reservas da empresa é de cerca de US$ 37 bilhões (528.185 BTC x US$ 70.000). O que representa um lucro não realizado de aproximadamente US$ 3,64 bilhões em relação ao custo de aquisição total de US$ 33,1 bilhões.

Isso demonstra que, mesmo com as oscilações típicas do mercado cripto, Saylor ainda tem uma margem de segurança considerável.

Para calcular até quanto o Bitcoin pode cair sem que a Strategy entre no prejuízo, basta observar que o preço poderia recuar cerca de 5% de seu valor atual (de US$ 70.000 para cerca de US$ 66.500) antes de atingir o ponto de equilíbrio.

Se o preço caísse ainda mais, por exemplo, para US$ 60.000, o prejuízo não realizado seria de aproximadamente US$ 3,36 bilhões. Mas isso não significaria necessariamente uma falência ou liquidação.

Por que a estratégia de Saylor elimina a possibilidade de liquidação?

A boa notícia é que, ao contrário do que muitos pensam, não existe como Saylor ser liquidado. Ou seja, não existe como ele sofrer uma chamada de margem, e precisar vender bitcoin para cobrir alguma dívida.

Isso porque, a estratégia de Michael Saylor funciona como um modelo de acumulação contínua de Bitcoin. Ele financia a estratégia por captações de dinheiro no mercado, como emissões de ações ordinárias, títulos de renda fixa e dívida conversível.

Desde 2020, quando começou a investir massivamente em Bitcoin, Saylor transformou a Strategy em uma espécie de “proxy” alavancada para o ativo digital, apelando para investidores que veem a empresa como uma maneira indireta de se expor ao Bitcoin sem gerenciar carteiras próprias.

Esse modelo, conhecido como o “Plano 21/21”, prevê a captação de até US$ 42 bilhões até 2027 para continuar comprando Bitcoin, independentemente das flutuações de preço.

Sem alavancagem

A razão pela qual essa estratégia praticamente elimina a possibilidade de liquidação é que a Strategy não opera com alavancagem financeira tradicional no mercado de criptomoedas, como fazem traders individuais ou fundos que tomam empréstimos para aumentar suas posições.

Em vez disso, a empresa utiliza recursos levantados no mercado de capitais, ações, bonds e outras formas de financiamento, para adquirir Bitcoin diretamente, sem contrair dívidas vinculadas ao preço do ativo.

Mesmo que o Bitcoin sofra uma queda drástica, como a prevista por críticos em cenários extremos, a Strategy não enfrentaria uma “chamada de margem” ou necessidade imediata de vender seus Bitcoins para cobrir dívidas. Pois suas obrigações financeiras são estruturadas de forma independente do preço do BTC.

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