Delegacia da Mulher de Esteio completa um mês com 32 ocorrências registradas

A Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher (Deam) de Esteio completa um mês em funcionamento nesta terça-feira (8). Desde a data da inauguração, no dia 8 de março, foram registradas no local 32 ocorrências, 21 delas com solicitação de Medida Protetiva de Urgência. Foram realizadas, ainda, três prisões. Dentre as ocorrências registradas, foram oito casos de lesões corporais. Houve também registro de estupro, ameaça, vias de fato e violência psicológica.

Os números, segundo a delegada a Angélica Giovanella, demonstram a necessidade de um atendimento especializado na cidade. “Estes são números que certamente vão aumentar, até porque muita gente ainda não sabe que a Deam já existe na cidade”, conta.

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Segundo Angélica, no local, além do atendimento a mulheres adultas vítimas de violência doméstica, podem ser registradas, também, ocorrências envolvendo crianças e adolescentes e idosos vítimas de crimes sexuais, maus-tratos e tortura, por exemplo. Na delegacia, há, ainda, um cartório para registro de crimes de intolerância religiosa e contra a comunidade LGBTQIA+ e racismo.

“Neste primeiro mês, já atendemos casos complexos de violência sexual contra crianças”, diz. Entre as mulheres adultas vítimas de violência doméstica atendidas pela Deam, o perfil, conforme a delegada, normalmente compreende a pessoas na faixa etária dos 18 aos 40. Na maioria dos casos, os agressores são companheiros ou ex-companheiros dessas mulheres. “Em poucos casos são filhos que agridem as mães”, explica Angélica.

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Desejo antigo da comunidade esteiense, a implementação da Deam no município começou a sair do papel em julho do ano passado e fez parte de uma união de esforços que contou com doações de diferentes empresas e instituições. A Prefeitura também é parceira sendo responsável pelo pagamento do aluguel do prédio, no valor mensal de R$ 8,5 mil.

A Deam de Esteio está localizada onde antigamente funcionava a delegacia distrital da cidade, na Avenida Presidente Vargas, 1.142, Centro. O atendimento no local ocorre de segunda a sexta-feira, das 8h30 ao meio-dia e das 13h30 às 18 horas. Fora desses horários, as denúncias podem ser realizadas nas Delegacias de Polícia de Pronto Atendimento (DPPAs) ou até mesmo na Delegacia Digital, pelo site. Em caso de emergência, a Brigada Militar deve ser acionada pelo telefone 190.

A unidade conta com uma estrutura projetada para garantir conforto e segurança às usuárias, incluindo cartórios, salas privativas para registros de ocorrência, uma área de espera exclusiva para mulheres vítimas de violência e um setor de investigação especializado. Além da delegada, o órgão conta com seis servidores e duas viaturas.

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O projeto de implementação da Deam em Esteio faz parte das ações da Rede Lilás que tem coordenação do Gabinete da Primeira-Dama e visa promover a articulação e integração das ações voltadas à prevenção, atendimento, assistência e enfrentamento à violência contra a mulher no município. A Rede conta com a participação de órgãos esteienses de Segurança, Educação, Saúde e Direitos Humanos, entre outros.

Números

Dados da Secretaria Estadual da Segurança Pública (SSP) sobre os indicadores de violência contra as mulheres mostram que em Esteio nos últimos seis anos, de 2019 a 2024, foram registrados sete feminicídios tentados, dois consumados, 1.249 casos de ameaça, 101 casos de estupro e 865 ocorrências de lesão corporal.

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Em 2025, os dados tabulados pela SSP em janeiro e fevereiro contabilizaram 36 registros de ameaça e 33 de lesão corporal. Nos dois primeiros meses do mês, não houve registros de feminicídios consumados ou tentados, nem de estupros no município.

Outros serviços

Além dos registros de ocorrências e encaminhamentos de denúncias, a delegacia deve contar também com outros serviços para a comunidade de Esteio, como workshops, cursos variados e atendimentos psicossociais em parceria com a Prefeitura. “Queremos trabalhar a prevenção de crimes, atuando de forma conjunta com serviços sociais desenvolvidos pela Prefeitura, como o grupo reflexivo, realizado junto aos agressores”, comenta a delegada.