ETE Luiz Rau deve acelerar obras ainda em abril após testes de fundação, com previsão de inauguração em 2026

Em construção na Vila Kroeff, bairro Santo Afonso, em Novo Hamburgo, a Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) Luiz Rau deve ganhar ritmo nas próximas semanas. A obra está atualmente com 7,5% de execução e passa por uma fase de testes nas fundações, procedimento necessário para verificar a qualidade das estacas antes da instalação das estruturas.

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Diretor técnico da Comusa, Neri Chilanti e o engenheiro civil da Comusa, João Leturiondo Pureza | abc+



Diretor técnico da Comusa, Neri Chilanti e o engenheiro civil da Comusa, João Leturiondo Pureza

Foto: Dário Gonçalves/GES-Especial

Segundo o diretor técnico da Comusa, Neri Chilanti, a expectativa é que esses testes se encerrem até a metade de abril, liberando o canteiro para avanço mais visível da construção. “Quem olha agora, parece que a obra está parada. Mas não, ela está em teste das fundações. Eu não posso botar os prédios em lugar nenhum sem ter o teste de amostragem das fundações”, explica.

A estação vai tratar inicialmente o esgoto da bacia do arroio Luiz Rau, incluindo os afluentes Cerquinha e Gauchinho, elevando o tratamento de esgoto de 7,5% para 50%. Também está previsto o atendimento ao esgoto do Boulevard Germânia, bairro em implantação às margens da BR-116, mas, para isso, a ETE precisa estar concluída antes da liberação do loteamento. Um acordo entre a Comusa, a Prefeitura de Novo Hamburgo e o Grupo Zaffari, conforme Chilanti, prevê que, em vez de construir uma estação própria, o empreendimento será interligado à Luiz Rau.

“Já negociamos com o Cláudio Zaffari o seguinte: a ETE do Boulevard custa, por exemplo, R$ 40 milhões. Mas para ele ligar o loteamento à Luiz Rau, custa R$ 20 milhões, chutando alto. Então ele liga a Luiz Rau, e os R$ 20 milhões que sobram, ele doa para o município para nós melhorarmos essa estação e receber também o esgoto deles”, explica Chilanti.

Inicialmente projetada para operar em uma primeira etapa, a ETE Luiz Rau será ampliada antes de 2033 para também receber e tratar o esgoto da bacia do arroio Pampa. A área destinada a essa futura expansão fica ao lado do espaço atualmente em obras, embora ainda não tenha passado por terraplanagem.

Obras foram adaptadas após enchentes

A terraplanagem do terreno da estação foi concluída antes da cheia histórica de maio de 2024, levando em conta a cota de inundação então conhecida, de sete metros, com acréscimo de 1,5 metro, totalizando 8,5 metros de altura. No entanto, a enchente chegou a 9,73 metros, e alagou o local em cerca de 70 centímetros.

Após o episódio, cogitou-se elevar todo o terreno em mais um metro, construir diques ou até muros de contenção, como o da Mauá em Porto Alegre. Contudo, os estudos mostraram que a maior parte das estruturas da estação, como os tanques de tratamento elevados, já estavam fora da área de risco. Assim, a solução encontrada foi elevar apenas os prédios e equipamentos mais sensíveis, como as casas de bombas e painéis elétricos, para uma cota segura de 9,5 metros.

“A maioria das estruturas não tem problema, os tanques estão dentro de uma piscina de contenção e com paredes acima da cota de cheia. A parte elétrica será toda elevada. Analisamos quais eram as estruturas que poderiam sofrer ao serem inundadas, considerando uma nova enchente como essa, que espero nunca mais ver na vida”, explicou Chilanti.

A previsão é de que a primeira etapa da ETE Luiz Rau entre em funcionamento até outubro de 2026, atendendo 50% da demanda da cidade. Com a futura ampliação para abranger também o arroio Pampa, a cobertura poderá chegar a 97% até 2033. “Temos hoje a possibilidade de pegar recursos da Caixa para fazer a bacia do Arroio Pampa, só que nós não temos fôlego. Não adianta ter dinheiro e não ter como trabalhar. Não queremos começar um serviço e não terminá-lo. Vamos atacar o que a gente pode agora e depois, antes de 2033, termos isso resolvido”, conclui o diretor.

Comam acompanha obra e planeja novas visitas

A Comissão de Meio Ambiente da Câmara de Vereadores (Comam) visitou a obra da ETE Luiz Rau no fim de março para acompanhar o andamento dos trabalhos e discutir as próximas etapas da construção. A inspeção contou com a presença dos vereadores Ricardo Ritter – Ica (MDB), Nor Boeno (MDB) e Deza Guerreiro (PP), que foram recebidos por representantes da Comusa e da empresa responsável pela obra.

Local onde está sendo construída a ETE Luiz Rau | abc+



Local onde está sendo construída a ETE Luiz Rau

Foto: Comusa/Divulgação

Durante a visita, o diretor técnico da Comusa, Neri Chilanti, reafirmou o prazo de entrega da primeira etapa da estação até outubro de 2026 e explicou que os testes de carga nas fundações estavam em andamento.

Os parlamentares também ouviram relatos de moradores da Vila Kroeff sobre transtornos causados por barulho, poeira e trânsito de caminhões. Chilanti reconheceu os impactos e antecipou que novas intervenções ocorrerão com a instalação da linha de recalque, que trará o esgoto bruto até a estação e conduzirá o material tratado de volta. Uma equipe socioambiental, segundo a Comusa, está encarregada de informar os moradores sobre as ações previstas.

A Comam se comprometeu a realizar novas vistorias a cada seis meses até a conclusão da obra.

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