Produtores de Gramado preparados para vender 5 toneladas de peixes nesta Semana Santa

O cultivo de peixes em ambientes controlados – como açudes e tanques – tem sido uma das mais recentes apostas de produtores rurais de Gramado. Incentivada pelo poder público, a piscicultura começa a se fortalecer no município, garantindo o acesso da população ao produto fresco.

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As feiras com o peixe vivo estão se popularizando na cidade. A iniciativa ocorreu pela primeira vez no ano passado e tem sido incrementada a cada edição. Para a semana em que ocorre a celebração da Sexta-feira Santa, serão três dias de venda.

A comercialização será na área dos fornos coloniais, no bairro Várzea Grande, próximo do terminal rodoviário. Ao todo, cinco produtores oferecerão espécies de tilápia, carpa capim, carpa comum, carpa húngara e jundiá. Os valores variam entre R$ 25 e R$ 30 o quilo.

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A feira é organizada pela Secretaria da Agricultura de Gramado em parceria com a Emater. Na terça e quarta, dias 15 e 16, o funcionamento será das 7h30 às 17h30. Já na quinta, dia 17, das 7 horas ao meio-dia ou até durarem os estoques. A expectativa dos produtores é vender cerca de 5 toneladas de peixe.

Crescimento da produção

O grupo que inicia a piscicultura em Gramado é formado pelos primos Alisson e Ivan Calhiari, do Morro Agudo; Silas Galle, da Linha Carahá; Felipe Bratz, da Linha Marcondes, e Vilmar Aguiar Santos, da Serra Grande.

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Com cuidados diários, leva em torno de um ano para que os peixes fiquem prontos para consumo. Somente do açude do Vilmar, serão mais de 2 toneladas de tilápias retiradas especialmente para a feira. O piscicultor conta que está no ramo há cinco anos, mas que iniciou a produção como um hobby.

Uma das grandes dificuldades dos produtores é escoar a produção. Atualmente, isso ocorre somente nas feiras. Por isso, o grupo está se organizando para criar uma associação. O principal pedido é construir um espaço adequado para que possa haver também a limpeza e filetagem do peixe – o que deve aumentar a venda.

O médico veterinário da Secretaria da Agricultura, Felipe Saldanha Freitas, destaca que a produção tem crescido e que existe a vontade da pasta de fomentar o mercado. Como já atuou na área de inspeção sanitária, declara que regras rigorosas de manuseio precisam ser seguidas.

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“É preciso criar um sistema para garantir a segurança sanitária do produto desde a insensibilização até a entrega dos filés ao consumidor. Para isso, temos que criar um ambiente controlado e com uma temperatura em torno de 11°C”, destaca o profissional, que é responsável pelos atendimentos no interior.

Potencial do setor

O secretário da Agricultura de Gramado, Eliézer Nascimento, afirma que o apoio da prefeitura na atividade é por acreditar no potencial de venda no comércio local, como para os próprios moradores, além de mercados, restaurantes e merenda escolar.

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“Nós damos todo o suporte necessário, disponibilizando maquinário e o apoio técnico, também em parceria com o Sebrae e a Emater”, aponta.

Recentemente, uma ação de assistência técnica aos produtores foi realizada pelo instrutor do Sebrae, João Paulo Giacomini, que atende todo o Estado e, agora, contribui com o desenvolvimento da piscicultura em Gramado. Na oportunidade, foram abordados temas, como o PH da água, oxigenação e alimentação.

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Logo após a feira da Semana Santa, os esforços vão ser concentrados em outras edições da feira. A próxima será nos sábados da Festa da Colônia.

Camarão de água doce

O produtor Alisson Calhiari está prestes a conferir o resultado da criação de camarão-gigante-da-malásia, uma espécie de crustáceo de água doce. Ele explica que faz a produção junto com as tilápias.

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Com a criação em consórcio, é necessário primeiro retirar os mais de 7 mil peixes – destinados às feiras. “Depois, vamos conseguir fazer o manejo dos camarões. Sei que tem camarão lá, mas não a quantidade. Preciso esvaziar o açude primeiro, mas, se der tudo certo, quero vender camarão nas feiras da Festa da Colônia”, adianta.

Entre os desafios encontrados pelos produtores, as baixas temperaturas do inverno na região. Por isso, Alisson está investindo em tanques com aquecimento. “Eu deixo de produzir umas 10 toneladas de peixe por ano”, exemplifica