Lula é interrompido durante discurso no RJ e cobrado sobre promessa feita em 2009

Durante uma visita à Baixada Fluminense (RJ) para promover uma obra rodoviária do governo federal, nesta terça-feira (16), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foi cobrado por um homem da plateia sobre uma promessa não cumprida feita em 2009, ainda durante seu segundo mandato.

Isaias Nascimento Cardoso, representante dos aprovados para compor a Polícia Ferroviária Federal, lembrou que Lula havia prometido regulamentar a corporação, prevista na Constituição de 1988, mas que até hoje não saiu do papel.

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A intervenção ocorreu ao fim do discurso de Lula, quando o presidente criticava os governos de Michel Temer e Jair Bolsonaro por abandonarem obras e afirmava que o Brasil não poderia mais ser tratado como o “país do futuro”. Ao ser interrompido, Lula reconheceu o tema levantado por Cardoso como “fundamental” e disse que buscaria o vídeo mencionado por ele.

O vídeo citado é um registro da fala de Lula em agosto de 2009, durante a inauguração de obras do PAC em Nova Iguaçu (RJ), quando o então presidente afirmou que faltavam apenas “detalhes” para legalizar a Polícia Ferroviária Federal, e que o processo já estava acertado com os ministérios da Justiça, do Planejamento e a Advocacia-Geral da União.

Apesar disso, a corporação nunca foi regulamentada. Em 2012, durante o governo de Dilma Rousseff, uma portaria do Ministério da Justiça chegou a listar os profissionais de segurança pública ferroviária que seriam integrados à força, mas não houve avanços.

Atualmente, a PEC da Segurança, apresentada pelo ministro Ricardo Lewandowski, propõe a criação de uma Polícia Viária Federal, que unificaria a PRF com a Polícia Ferroviária.

“Faltou a nossa regulamentação. Chegaram a criar um departamento no Ministério da Justiça, mas está de porta fechada”, lamentou Cardoso após o evento.

Na fala de 2009, Lula estava acompanhado de Luiz Fernando Pezão (MDB), então vice-governador do Rio e atualmente prefeito de Piraí, e de Lindbergh Farias (PT), que na época era prefeito de Nova Iguaçu e hoje é deputado federal — ambos também estavam presentes no evento desta terça.

Ao defender o Novo PAC, Lula afirmou que o programa, lançado em 2023, busca concluir obras paradas e evitar o que chamou de “irresponsabilidade administrativa”. Segundo ele, ao reassumir o governo, encontrou obras de creches e unidades habitacionais do Minha Casa Minha Vida abandonadas.

“Essa irresponsabilidade administrativa não vai acontecer mais no país. Não podemos mais passar um século sendo tratados como ‘país do futuro’. Tem que ser do agora, no nosso dia a dia”, declarou Lula.

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