Central de Triagem recicla 14% do lixo leopoldense no seu primeiro ano de funcionamento

O percentual de resíduos recolhidos na coleta seletiva e que são reciclados em São Leopoldo aumentou para 14% no último ano, desde que a Central de Triagem de Resíduos Sólidos Urbanos (RSU) foi instalada. A estrutura foi inaugurada em 17 de abril de 2024, junto ao aterro municipal, no bairro Arroio da Manteiga, e conta com grande equipamento semimecanizado.

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Após um ano, Central de Triagem opera acima da média nacional



Após um ano, Central de Triagem opera acima da média nacional

Foto: Divulgação

A gestão das coletas domiciliares e seletivas no município é de responsabilidade da Secretaria de Serviços Urbanos (Semurb). Segundo a titular da pasta, Cladis Magnani, a Cacau, antes da implantação da operação de triagem, somente as cooperativas faziam esse serviço no lixo recolhido via coleta seletiva na cidade. O que correspondia a 11%. “Hoje, do RSU, a triagem responde por 14% desse material que antes não era triado, e sim destinado diretamente”, reforçou. Conforme a Semurb, o percentual significa, aproximadamente, 9 mil toneladas de materiais recuperados no ano, o que equivale a uma média mensal de 756 toneladas.

Considerando ainda os resíduos enviados às cooperativas de reciclagem do município e o lixo extradomiciliar recolhido nesse período, São Leopoldo chegou a reciclar 20,25% de um total de mais de 60 mil toneladas coletadas na cidade, nos últimos 12 meses.

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Média

Quando se fala no crescimento percentual do que é reciclado a partir da coleta seletiva, o dado é muito positivo, segundo aponta o diretor de operações da Retriar, empresa responsável pelas operações na Central, Luis Felipe Dupont. “Conseguimos aumentar significativamente o percentual de material reciclável. A média de reciclagem na maioria dos municípios brasileiros, considerando apenas o que vem da coleta seletiva, é de 4%. E nós sempre trabalhamos, desde o primeiro mês, em torno de 14%. Conseguimos aumentar em 10% a média nacional”, enfatiza.

Enchente impactou início da operação

Dupont lembra que, logo no início das atividades, a operação da RSU foi severamente impactada pela enchente de maio de 2024. “Começamos há um ano, e logo em seguida tivemos a enchente, que foi um complicador de toda operação, porque ficamos algumas semanas sem receber resíduos e, depois, a característica do resíduo mudou bastante. Começamos a receber muito material misturado, que passou a vir após a enchente, isso perdurou por alguns meses”, afirmou.

“Tivemos que adequar muito nosso equipamento para essa questão da característica do lixo e começamos a trabalhar as frações”, acrescentou, explicando que todo lixo coletado e enviado ao local passa pelo equipamento, que o separa em frações, de acordo com sua característica. “Tem os orgânicos no início, os recicláveis no meio e, no final, o que é rejeito mesmo, que não tem utilização, e é encaminhado para o aterro”.

Superados os desafios iniciais, a planta opera atualmente em três turnos — manhã, tarde e noite — com início às 6h e término às 22h.

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Estrutura triou entre 4 e 5 mil toneladas por mês

Passada a dificuldade logística da chegada de resíduos e dos trabalhadores durante o período das cheias, a Central viu a quantidade de lixo crescer no local. “Mesmo durante a enchente, o volume aumentou, a quantidade de materiais recicláveis aumentou, até pela característica do consumo: muitas embalagens passaram a vir junto, roupas, tecidos, restos de móveis, que acabaram sendo descartados no lixo doméstico”, justificou, mencionando que o equipamento não é adequado para receber alguns tipos de materiais, como madeira, por exemplo, por isso estes são destinados a outros pontos.

A normalização da coleta ocorreu em meados de novembro, quando a RSU voltou à operação normal de recuperação de resíduos.

Durante esse primeiro ano, segundo Dupont, a estrutura triou entre quatro e cinco mil toneladas de resíduos por mês, sendo que, desse total, de 700 a 800 toneladas de material pôde ser reciclado.

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100 empregos diretos e indiretos

De acordo com a Semurb, hoje, a Central de Triagem emprega 42 colaboradores diretamente, em sua maioria mulheres residentes da comunidade local.

Luis Felipe Dupont complementa que, somando-se aos empregos indiretos – de trabalhadores que fazem o transporte dos resíduos para outros locais de reciclagem, por exemplo –, a RSU chega a aproximadamente 100 postos de trabalhos gerados.

Além da Central, as cooperativas de reciclagem continuam atuando para o município. “Mas tudo que é rejeito da operação deles, que eles não conseguem reciclar, eles mandam pra gente. Ou seja, além da coleta normal, também triamos o que as cooperativas não conseguem reciclar”, completou o diretor de operações.

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