Vídeo flagra homem seguindo e abordando estudante da USP na zona leste

São Paulo — Câmeras de segurança mostram o momento em que um homem segue e aborda a estudante Bruna Oliveira da Silva, de 28 anos, que foi encontrada morta na última quinta-feira (17/4), na zona leste da capital paulista.

A Polícia Civil identificou o suspeito e tenta localizá-lo e prendê-lo. A informação foi confirmada nesta terça-feira (22/4) pelo Departamento Estadual de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), que investiga o caso.

Bruna foi encontrada nos fundos de um estacionamento, na Avenida Miguel Ignácio Curi, região da Vila Carmosina. A mestranda da USP estava desaparecida desde 13 de abril e havia sido vista pela última vez no terminal de ônibus da estação de metrô Corinthians-Itaquera.


Estudante morta na ZL

  • Bruna desapareceu no trajeto entre a estação Itaquera do metrô e casa onde morava com os pais, na zona leste, na noite do dia 13 de abril, um domingo
  • Ela voltava da casa do namorado, no Butantã, zona oeste
  • No terminal da estação Itaquera, ela precisou carregar o celular em uma banca de jornal. Nesse momento, chegou a mandar uma mensagem para o namorado pedindo dinheiro para voltar para casa por carro de aplicativo, porque já estava tarde
  • Ele transferiu o valor, mas o celular da estudante teria descarregado e não foi mais possível ter contato com ela
  • Conforme Karina Amorim, amiga da vítima, a última vez que ela acessou o WhatsApp foi às 22h21 do domingo
  • A família de Bruna entrou em contato com a plataforma de carros de aplicativo, que informou que a jovem não chegou a solicitar uma corrida naquela noite
  • O corpo da estudante foi encontrado no dia 17 de abril

Namorado relembra cronologia

Bruna havia ido para a casa de Igor Sales, seu namorado, que fica no Butantã, na zona oeste, na semana anterior. No sábado, voltou para a residência da família, em Itaquera, e, depois, foi se encontrar com uma amiga. Bruna voltou para a casa de Igor no mesmo sábado à noite, contra o conselho do namorado.

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Filho de 7 anos de Bruna, encontrada morta em estacionamento da zona leste de São Paulo, ainda não sabe da morte da mãe

Bruna deixa um filho
Ela era formada em turismo
Jovem de 28 anos fazia mestrado na USP
Bruna foi encontrada nos fundos de um estacionamento
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Igor Sales e Bruna Oliveira da Silva, de 28 anos, que foi encontrada morta na última quinta-feira (17/4), nos fundos de um estacionamento na zona leste de São Paulo

Arquivo pessoal

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Filho de 7 anos de Bruna, encontrada morta em estacionamento da zona leste de São Paulo, ainda não sabe da morte da mãe

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Bruna deixa um filho

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Ela era formada em turismo

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Jovem de 28 anos fazia mestrado na USP

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Bruna foi encontrada nos fundos de um estacionamento

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Bruna e Karina, amigas há quase 12 anos

Acervo pessoal

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Bruna Oliveira da Silva, de 28 anos, foi encontrada morta em um estacionamento, na zona leste de SP

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“Eu tinha falado para ela não vir, porque ela tinha que pegar o filho dela no domingo de manhã”, disse.

Segundo Igor, era comum Bruna ter que insistir para que o ex ficasse com o menino. No domingo, ela pediu para o pai de seu filho levar a criança na segunda-feira de manhã. Assim, ela poderia ficar mais tempo da casa do atual namorado.

O ex não concordou com a mudança. Bruna, então, pediu para o ex combinar com seu pai um encontro da estação de metrô para que ele entregasse a criança.

“Ela ficou comigo até 20h, até o limite, porque o pai dela tinha que ir trabalhar às 22h30, então, ela tinha que ir embora”, lembrou Igor. Ele diz que ofereceu, como sempre fazia, levá-la de moto até em casa. Porém, como havia chovido muito no Butantã, Bruna pediu apenas uma carona até a estação de metrô.

Igor contou que Bruna chegou na estação Itaquera por volta de 22h. Lá, descobriu ter perdido o ônibus que passava próximo à sua casa e decidiu fazer o trajeto a pé. Igor pediu que ela pegasse um carro de aplicativo e transferiu o valor para que a jovem pagasse a corrida. Às 22h09, ela disse que estava carregando o celular em uma banca de comércio e que iria esperar até que valor da viagem via app ficasse mais barato. Às 22h19, ela mandou: “Estou indo”.

“Depois de 10 minutos eu mandei mensagem, perguntando se tinha dado certo, porque [a estação] é bem próxima da casa dela. Não dá nem cinco minutos. A mensagem chegou, mas ela não respondeu. Comecei a ligar e nada”, contou Igor.

Ele achou que a namorada poderia estar sem energia elétrica em casa e, como estava sem bateria antes, teria ido dormir. Durante a madrugada, Igor acordou algumas vezes e conferiu o celular, ainda sem resposta de Bruna.

Protesto

Estudantes da USP Leste, responsável pelos cursos de arte, ciência e humanidades, realizarão “um ato simbólico a fim de exigir justiça e cobrar seriedade nas investigações” referentes ao caso da Bruna.

As estudantes estão convocando uma assembleia, que acontecerá às 18h desta terça-feira (22/4) no hall dos auditórios. A reunião visa construir um ato planejado para ocorrer na próxima quinta-feira (24/4).

Segundo as estudantes, ainda não foi esclarecida a situação que os policiais militares encontraram o corpo da estudante e registrando como morte suspeita, “não pegando provas no momento de levar o corpo e atrapalhando as investigações do DHPP”.

O documento também diz que o caso da Bruna não é isolado e “que as mulheres são violentadas cotidianamente”. Além disso, o grupo afirmou que está articulando com coletivos feministas, movimentos sociais, parlamentares e movimentos estudantis para o ato.

As estudantes pedem políticas concretas que atendam a realidade da população, que as políticas de atendimento às mulheres sejam articuladas com diversas redes de atendimento e que as câmeras de segurança sejam abertas: “A família, os estudantes, os professores, os funcionários e todos aqueles que tiveram contato com Bruna exigem justiça e resposta para esse crime brutal e cruel”.

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