Após decisão da 1ª Turma, apoiadores de Bolsonaro admitem que resta a ele mobilização para 2026 como cabo eleitoral

Aliados do ex-presidente dão como certa condenação no STF e não acreditam na viabilidade do projeto de anistia. Depois da decisão da primeira turma, que transformou em réus mais seis envolvidos no planejamento de um golpe no país, aliados do ex-presidente Bolsonaro admitem que ele não escapará de algum tipo de condenação e ficará inelegível. Diante desse cenário, não resta outra saída a não ser manter os apoiadores dele mobilizados visando fortalecê-lo como grande cabo eleitoral na eleição presidencial de 2026.
Apesar de insistirem na tentativa de votar o projeto da anistia, eles reconhecem que esse é um caminho longo, e que dificilmente passará pela Câmara dos Deputados. Se passar, não deve prosperar no Senado. Se for à frente, será vetado por Lula. Se o veto cair, o STF vai julgar o projeto inconstitucional.
No STF, a condenação de Bolsonaro e seus ex-assessores é dada como certa. A única esperança é que o ex-presidente escape de algumas imputações entre todos os cinco crimes atribuídos a ele na denúncia do procurador-geral da República, Paulo Gonet: formação de organização criminosa, tentativa de golpe, atentado violento contra o Estado Democrático de Direito, dano qualificado pela violência e grave ameaça contra o patrimônio da União e deterioração de patrimônio tombado.
Os aliados de Bolsonaro destacam ainda que os partidos do Centrão não têm interesse em derrubar a inelegibilidade do ex-presidente. Eles preferem ter Bolsonaro como um grande cabo eleitoral em 2026 e deve disputar o seu apoio no próximo ano. O risco é uma divisão no campo da direita, principalmente diante da grande possibilidade de o ex-presidente insistir em que alguém de sua família seja o candidato a presidente da República: Michele Bolsonaro ou o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP).
– Esta reportagem está em atualização
Adicionar aos favoritos o Link permanente.