Em dia de alívio no mercado com Trump, bolsas da Europa fecham em alta

Em um dia de grande alívio dos mercados globais com novos recuos do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, em sua retórica sobre a guerra comercial com a China, os principais índices das bolsas de valores da Europa fecharam operando no azul.

O movimento das bolsas europeias acompanhou o que já havia ocorrido na Ásia, cujos índices também fecharam em alta, e nos principais índices dos EUA, que operam com fortes ganhos.


O que aconteceu

  • O índice Stoxx 600, que reúne ações de 600 empresas europeias listadas em bolsas, encerrou o pregão subindo 1,67%, aos 516,20 pontos.
  • Na Bolsa de Londres, o índice FTSE 100 avançou 0,9%, aos 8,4 mil pontos.
  • Em Paris, o CAC 40 fechou em alta de 2,18%, aos 7,4 mil pontos.
  • Em Frankfurt, o índice DAX disparou 3%, terminando o dia aos 21,9 mil pontos.
  • Na Bolsa de Madri, o Ibex 35 registrou ganhos de 1,52%, aos 13,2 mil pontos.
  • Os dados são preliminares, do pré-fechamento do mercado europeu.

Trump muda o tom sobre a China

Nessa terça-feira (22/4), Donald Trump amenizou o discurso e abriu brecha para um possível acordo com o país asiático.

“[Uma tarifa] De 145% é muito alta, não será tudo isso. Será reduzida substancialmente. Não será zero”, afirmou o presidente dos EUA.

Na semana passada, a Casa Branca havia divulgado documento que falava em tarifas de até 245% sobre os produtos importados da China, em função das “ações retaliatórias” de Pequim.

Inicialmente, a informação não estava acompanhada por uma explicação sobre a eventual nova tarifa nem por dados a respeito do cálculo usado pelos EUA para definir a taxa.

Diante da confusão gerada pelo anúncio, a Casa Branca atualizou o texto horas depois, explicando como chegou aos 245% de tarifas sobre produtos chineses. Segundo o governo dos EUA, a taxa seria aplicada sobre produtos específicos.

Nesta quarta-feira, o porta-voz da diplomacia do regime chinês, Guo Jiakun, faz coro às declarações do líder norte-americano e afirmou que Pequim está disposta a chegar a um acordo sobre as tarifas comerciais impostas de parte a parte.

“A China já disse anteriormente que, em uma guerra comercial e de tarifas, não há vencedores. A porta para conversar com os EUA está escancarada”, disse o porta-voz do governo de Xi Jinping.

Trump nega que pense em demitir Powell

Depois de ter levantado a possibilidade de demitir o presidente do Federal Reserve (Fed, o Banco Central dos EUA), Jerome Powell, Trump recuou, amenizou o tom e praticamente afastou essa hipótese.

“Nunca tive [intenção de demitir Powell]. A imprensa exagera as coisas”, afirmou Trump a repórteres.

“Não, não tenho intenção de demiti-lo. Gostaria de vê-lo ser um pouco mais ativo em relação à sua ideia de reduzir as taxas de juros”, prosseguiu o presidente dos EUA.

“Acreditamos que este é o momento perfeito para reduzir a taxa, e gostaríamos de ver nosso presidente [do Fed] agir com antecedência ou pontualmente, em vez de com atraso”, completou Trump.

A diretoria do Federal Reserve é composta por sete integrantes que cumprem mandatos de 4 a 14 anos – todos são indicados pela Presidência dos EUA.

A indicação para o cargo de presidente do Fed é definida pela Casa Branca e confirmada por uma votação no Senado norte-americano a cada 4 anos.

Em 2022, Jerome Powell foi indicado pelo então presidente dos EUA, Joe Biden, para um segundo mandato à frente do Fed – que termina em maio de 2026.

O entendimento majoritário nos EUA é o de que o presidente do Fed não pode ser removido do cargo sem que haja uma “justa causa”. Há, no entanto, um caso pendente de decisão pela Suprema Corte do país que remete a um precedente estabelecido há 90 anos, em 1935.

De qualquer forma, caso Trump fosse adiante na ideia de demitir Powell, provavelmente o caso chegaria à Suprema Corte dos EUA.

Adicionar aos favoritos o Link permanente.