Professores de Canoas participam de mobilização nacional pela valorização da educação

Com bandeiras, cartazes e apitos, professoras da rede municipal de Canoas fizeram um ato em Prefeitura na tarde desta quarta-feira (23), no Centro. A mobilização faz parte da paralisação nacional convocada pela Confederação Nacional dos Trabalhadores da Educação (CNTE) em todo o país. Valorização dos professores, salário justo, melhores condições de trabalho e manutenção dos direitos adquiridos são as pautas levantadas pelos profissionais. 

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Professores participam de mobilização nacional pela educação em Canoas | abc+



Professores participam de mobilização nacional pela educação em Canoas

Foto: Nicole Goulart/Especial

Para a presidente do Sindicato dos Profissionais em Educação Municipal de Canoas (Sinprocan), Simone Riet Goulart, o principal é a valorização da categoria. “Queremos quadro de profissionais completos. O vale-alimentação que vem sem prometido e a questão do auxílio-transporte que tem que ser melhorado. E as escolas que precisam ser melhores estruturadas. Essas são as principais demandas que temos”, elenca. 

A necessidade por mais professores ganha destaque entre as necessidades. “Neste momento, o pessoal está bastante frustrado, desanimado, porque no momento que fala um profissional na escola, sobrecarregada os demais. Então, é isso que os profissionais têm buscado”, relata a presidente. 

Quem faz coro ao pedido pelo quadro completo é a professora de Ciências do ensino fundamental, e que também oferece aulas de Ensino Religioso, Caroline Tavares Passos, 32 anos. “Para mim, particularmente, é a falta de professores. É cansativo e acaba criando um ambiente tenso. Tem muitas pessoas que estão esperando serem chamadas e também tem muitos alunos de inclusão sem monitores”, comenta a professora da Escola Municipal de Ensino Fundamental (Emef) Assis Brasil.

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Professora Caroline Tavares Passos participou do ato na frente da Prefeitura de Canoas | abc+



Professora Caroline Tavares Passos participou do ato na frente da Prefeitura de Canoas

Foto: Nicole Goulart/Especial

Os chamados Técnicos de Educação Básica (Teb), ou monitores de inclusão, é uma demanda também na escola da Mariluz Silva, 54. “É uma situação muito precária. Só temos duas Tebs para 54 laudados, fora os sem laudo”, conta a monitora da Emef João Paulo I. No momento, são apenas duas quando deveriam ser quatro, na análise de Mariluz. “É uma correria. Cobre um, descobre o outro. Ou dá atendimento bom para todos ou não dá para ninguém”, desaba. 

Outras demandas

Em Canoas, as professoras também apontam o manejo do planejamento de carreira. A categoria alega que professores com pós-graduação não possuem valorização adequada. Ainda durante o ato, os profissionais também exigiram eleição para diretores

De acordo com as professoras, muitas escolas estão convivendo com a troca constante da equipe diretiva. “Isso gera insegurança. Tem escola que troca várias vezes, enquanto tem outras que estão com mesmo diretor há 10 anos”, opina uma professora que não quis se identificar. 

“Movimento é legítimo”, diz secretária 

Presente no ato para conversar com as profissionais, a secretária de Educação de Canoas, Beth Colombo, acredita que a mobilização nacional é válida. “Tem situação de remuneração, mas também tem a segurança do professor na escola – que teve o mais recente em Caxias do Sul – e outras situação que quando eu me formei, jamais passou pela minha cabeça. E tenho certeza que nossos colegas também não. Então, é legítimo”, frisa. 

“Eu acho legítimo, é ordeiro. O Brasil está hoje se reunindo neste momento para dizer que professor precisa ser respeitado, de ter condições de trabalho e de apoio na inclusão. É uma situação que vem crescendo e é recente”, completa. 

Na semana passada, a secretária esteve reunida com o sindicato para acolher as demandas apresentadas pela categoria. Questões como concursos e vale-alimentação foram algumas das pautas debatidas. 

Movimento nacional

De acordo com a CNTE, a paralisação convocada pela entidade pretende jogar luz em pautas comuns como a defesa da educação junto com demandas de cada município a exemplo do reajuste salarial. O ato faz parte da 26ª Semana Nacional em Defesa e Promoção da Educação Pública, promovida entre os dias 22 a 28 de abril. 

Com o tema “Escola Pública não é Negócio. É Direito!”, a entidade chama a atenção os riscos privatização, militarização e desvalorização dos profissionais da educação. Toda a programação com debates, lives, audiências públicas e atividades nas escolas buscam fortalecer e valorizar o ensino público de qualidade no Brasil. 

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