Prefeitura avalia turno único e corte do vale-alimentação de servidores para economizar

No mesmo dia em que a Prefeitura de Novo Hamburgo anunciou que não tem dinheiro para pagar o reajuste anual dos salários do funcionalismo público na data-base de abril, outra medida em análise para reduzir despesa veio a público nesta quarta-feira (23).

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Centro Administrativo Leopoldo Petry é a sede da Prefeitura de Novo Hamburgo | abc+



Centro Administrativo Leopoldo Petry é a sede da Prefeitura de Novo Hamburgo

Foto: Dário Gonçalves/GES-Especial

O governo avalia implantar turno único para boa parte dos servidores lotados no Centro Administrativo Leopoldo Petry que, com expediente reduzido, perderiam o vale-alimentação de R$ 420,91 por mês. A possibilidade tem surpreendido o funcionalismo, que recebeu convite pela internet para opinar em uma enquete criada pelo governo.

Mesmo salário, mas sem vale-alimentação

A proposta é claramente apresentada aos servidores: “A administração propõe que os servidores lotados no Centro Administrativo passem a cumprir sua jornada de trabalho em turno único, das 13 às 19 horas”, diz o texto, informando que não haveria redução de salário mas o auxílio alimentação seria cortado “uma vez que a jornada será de seis horas”.

O texto informa que o turno único das 13 às 19 horas não valeria para “aqueles servidores vinculados aos serviços essenciais”. “Tal medida visa à racionalização de recursos sem prejuízo à remuneração dos servidores”, diz o texto, usando como justificativa o decreto de calamidade financeira assinado no mês passado pelo prefeito Gustavo Finck (PP).

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Na enquete os servidores podem manifestar se são contra ou a favor do turno único. As opções deixam claro que, com jornada reduzida, haverá corte do vale-alimentação. Para preencher a enquete o servidor público precisa preencher e-mail, nome e secretaria na qual trabalha.

Enquete criada pela Prefeitura de Novo Hamburgo para saber opinião dos servidores | abc+



Enquete criada pela Prefeitura de Novo Hamburgo para saber opinião dos servidores

Foto: Reprodução

Dez horas a menos por semana

A maioria dos servidores da Prefeitura faz jornada semanal de 40 horas (8 horas por dia, de segunda a sexta). Hoje o expediente no Centro Administrativo vai das 8 às 18 horas, sendo que o atendimento ao público é realizado das 9 às 17 horas.

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Pela proposta, os cerca de mil servidores lotados no Centro Administrativo passariam a cumprir jornada de seis horas por dia de segunda a sexta, ou seja, 30 horas semanais. Somente em vale-alimentação que deixaria de ser pago o Executivo economizaria cerca de R$ 420 mil por mês. Outras despesas como energia elétrica, por exemplo, também seriam reduzidas.

Governo confirma a enquete

Procurada pelo Grupo Sinos, a Prefeitura confirmou a enquete e que o assunto está em análise. “Caso a nova jornada entre em vigor, a medida valerá apenas para os servidores que não prestam serviços essenciais e que atuam no Centro Administrativo”, reforçou a Prefeitura por meio da assessoria de comunicação.

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“Além, disso, o atendimento por telefone no turno contrário será mantido. Vale salientar que nenhuma decisão será tomada sem que haja uma análise criteriosa”, destacou o texto. Em uma frase atribuída ao prefeito, a nota diz que “nós vamos trabalhar sempre em conjunto com os servidores públicos”.

Sugestão é dos servidores

Segundo o governo, a enquete “foi motivada por uma demanda apresentada por servidores à Diretoria de Desenvolvimento Humano”. A administração diz ainda que, após a edição do decreto de calamidade financeira, o funcionalismo foi convidado a sugerir medidas de economia e a adoção de turno único foi uma das ações propostas.

Sindicato desconhece o assunto

Procurado no fim da tarde pelo Grupo Sinos para comentar a enquete proposta pela Prefeitura, a diretoria do Grêmio Sindicato dos Funcionários Municipais de Novo Hamburgo informou desconhecer o assunto. A entidade disse que se informaria e comentaria o assunto nesta quinta-feira (24).

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