Com economia em desaceleração, CNI reduz projeção para o PIB em 2025

A Confederação Nacional da Indústria (CNI) diminuiu sua estimativa para o crescimento da economia brasileira em 2025, de acordo com dados divulgados nesta quinta-feira (24/4) no Informe Conjuntural do 1º trimestre, elaborado pela instituição.

Segundo a entidade, o Produto Interno Bruto (PIB) do país deve avançar 2,3% neste ano, ante a projeção anterior de alta de 2,4%.

Caso essa estimativa se confirme, o Brasil vai registrar, em 2025, o crescimento mais tímido do PIB nos últimos 5 anos.

Em 2024, a economia brasileira fechou o ano registrando uma expansão de 3,4%.

“Reduzimos um pouco a projeção de crescimento do país para este ano, porque a desaceleração da economia está sendo mais forte do que a CNI esperava e porque o Banco Central dá sinais de que vai elevar ainda mais a taxa Selic”, explica o diretor de Economia da CNI, Mário Sérgio Telles.

Atualmente, a taxa básica de juros (Selic) está em 14,25% ao ano. De acordo com as projeções da CNI, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central deve subir os juros em mais 0,5 ponto percentual em sua próxima reunião, em maio.

A elevação da taxa de juros é o principal instrumento dos bancos centrais para controlar a inflação – que ficou em 5,5% no acumulado de 12 meses até março.

Desaceleração

No relatório, a CNI destaca a desaceleração da economia brasileira. “O PIB cresceu 0,2% no 4º trimestre de 2024. Entre os setores produtivos, a indústria teve o melhor resultado, alta de 0,3% frente ao 3º trimestre. No entanto, o resultado mostrou desaceleração frente aos trimestres anteriores. Já o PIB de serviços subiu apenas 0,1%, a menor taxa de crescimento trimestral do setor desde o 2º trimestre de 2021, enquanto o PIB da agropecuária recuou 2,3%”, diz a entidade.

Ainda segundo a confederação, o mercado de trabalho também deve se expandir em ritmo menor do que o registrado no ano passado.

“A CNI projeta que isso leve a uma lenta desaceleração da massa de rendimento do trabalho, mas ressalta que, mesmo com a população empregada crescendo menos, a baixa taxa de desemprego vai permitir que o rendimento médio dos trabalhadores suba acima da inflação”, diz a entidade.

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