Moradores protestam contra a demora na execução das obras de prevenção contra enchentes em Canoas

Moradores do bairro Mathias Velho protestaram neste sábado (26) contra a demora na execução das obras dos diques e casas de bomba em Canoas. O protesto reuniu cerca de 300 pessoas na Rua Curitiba, em frente à casa de bomba número 6.

Manifestantes cobram agilidade e transparência da Prefeitura



Manifestantes cobram agilidade e transparência da Prefeitura

Foto: Taís Forgearini/GES-Especial

A manifestação também contou com moradores de outros bairros do lado oeste, atingido pela trágica enchente de maio passado. Entre eles, Harmonia, Mato Grande e Fátima.

Durante o ato, os manifestantes exigiram ações urgentes e concretas de contenção e prevenção de novas enchentes; além da apresentação imediata de projetos de reconstrução e segurança nos diques e transparência, diálogo e presença do poder público nas áreas atingidas.

“Temos presente, famílias, movimentos, lideranças e trabalhadores da região. Não podemos esperar mais. Não podemos aceitar mais promessas. Não queremos repetir a dor que já vivemos. Hoje foi o reencontro da nossa coragem. A nossa luta é por todos”, salienta Josiane Marchese, moradora do bairro Mathias Velho.

Para Fernanda Silveira, também moradora do Mathias Velho, a memória de quem perdeu tudo precisa ser respeitada.

“Queremos justiça. Queremos ações imediatas. Chega de enrolação. Vão esperar acontecer uma nova tragédia? A Prefeitura de Canoas parece que está de braços cruzados. Nada faz. Não há diálogo, só promessas vazias”, lamenta.

Para Márcio da Silva, morador da região próxima à casa de bombas número 6, a situação chegou ao limite.

“Semana que vem completa um ano da maior enchente dos últimos tempos e o que foi feito de concreto? Nada. Absolutamente nada. Não elevaram os diques, a casa de bombas 6 continua com aspecto de abandonada. As ruas seguem alagando com qualquer chuva. Não tem nem projeto para o dique São Luís. Todos os diques estão com as obras quase paradas. É uma ou duas máquinas trabalhando e olhe lá”, reclama.

O aposentado Fernando Martins destaca a decepção com o poder público.

“A marca da enchente de 2024 não está somente nas ruas e muros manchados, mas em nossos corpos cansados e corações angustiados. Desde então, nada foi feito no local do rompimento do dique. A casa de bombas número 6 é um ponto crítico da tragédia e hoje simboliza o abandono do poder público. Está evidente que não há um projeto concreto. Estamos desamparados. O tempo passou, mas o descaso permanece. Enquanto isso, as chuvas voltam a cair com força e o medo volta a rondar nossas casas”, finaliza.

100 dias de gestão

Na quinta-feira (24), durante a cerimônia de apresentação do balanço de ações nos primeiros 100 dias de governo, o prefeito Airton Souza (PL) falou sobre as obras de reconstrução da cidade.

Segundo a administração municipal, a etapa de fechamento definitivo da ruptura dos diques Mathias Velho e Rio Branco foi concluída. Já a recomposição da altura de ambas as estruturas está em fase de projeto.

Sobre o dique Niterói, o local está em fase de construção do aterro que servirá de base para a pavimentação da rua que passa por cima do dique e que elevará a estrutura. No dique Mato Grande estão sendo executados os serviços de escavação e aplicação de manta geotêxtil e aterro com argila.

Em relação à casa de bombas número 6, o prefeito disse que foi feita a entrega da manutenção e energização do local.

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