Suposto ataque dos EUA atinge centro de imigrantes no Iêmen; 68 morrem, dizem houthis

DUBAI (Reuters) – Cadáveres cobertos de poeira e detritos estavam espalhados nos destroços de um centro de detenção para imigrantes africanos no Iêmen, após o que a televisão controlada pelos Houthis descreveu na segunda-feira como um ataque aéreo dos Estados Unidos que matou 68 pessoas.

O ataque foi um dos mais mortais até agora em seis semanas de ataques aéreos intensificados dos EUA contra os Houthis, um grupo alinhado ao Irã que controla o norte do Iêmen e tem atingido navios no Mar Vermelho, no que diz ser solidariedade aos palestinos.

Os militares norte-americanos não responderam imediatamente a um email da Reuters solicitando comentários sobre o ataque. A Força Aérea informou que não fornecerá informações detalhadas sobre os alvos de seus ataques aéreos por razões de segurança operacional.

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A televisão Al Masirah, administrada pelos Houthis, mostrou imagens das consequências do ataque em Saada, em uma rota usada por imigrantes africanos para atravessar o Iêmen empobrecido e devastado pelo conflito para chegar à Arábia Saudita.

As imagens mostraram corpos cobertos de poeira em meio a escombros manchados de sangue. Equipes de resgate carregavam um homem que se movia levemente em uma maca. Um sobrevivente podia ser ouvido chamando “minha mãe” em amárico, a principal língua da Etiópia.

O governo norte-americano cometeu um “crime brutal” ao bombardear o centro de detenção de Saada, que mantinha mais de 100 imigrantes africanos sem documentos, disse o porta-voz Houthi, Mohammed Abdulsalam, no X.

A Reuters conseguiu verificar o local e o momento do vídeo do desastre por meio de pontos de referência visíveis, como um prédio parecido com um armazém com um telhado destruído; imagens de satélite do mesmo local no dia anterior mostraram o telhado intacto.

O local corresponde ao de um centro de imigrantes que também havia sido atingido em um ataque aéreo anterior liderado pela Arábia Saudita em 2022.

O ataque mais mortal dos EUA no Iêmen até agora ocorreu neste mês, com um ataque a um terminal de combustível no Mar Vermelho que matou pelo menos 74 pessoas.

Defensores dos direitos humanos expressaram preocupação com as mortes de civis. Três senadores democratas escreveram ao chefe do Pentágono, Pete Hegseth, na quinta-feira, exigindo uma prestação de contas pelas perdas de vidas civis.

O Iêmen vive uma guerra civil há uma década entre os Houthis e um governo que controla o sul, apoiado por Estados árabes, embora os combates tenham diminuído nos últimos dois anos após uma trégua entre os Houthis e a Arábia Saudita.

Centenas de milhares de pessoas que buscam escapar da pobreza viajam todos os anos pelo Chifre da África e pelo Mar Vermelho para caminhar pelo Iêmen até a fronteira com a Arábia Saudita, dizem autoridades de agências humanitárias.

Mais de 500 pessoas se afogaram ao cruzar o Mar Vermelho no ano passado, enquanto tentavam chegar ao Iêmen, de acordo com a Organização Internacional para as Migrações, uma agência das Nações Unidas.

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