“Tentativa de golpe para se buscar recuperação judicial”, alerta deputado sobre caso ViagensPromo em audiência na ALMG

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Deputado Professor Cleiton denuncia possível estratégia da ViagensPromo para transferir prejuízos a agências e escapar de responsabilidades através de recuperação judicial (Reprodução/ALMG)

Em tom firme e crítico, o deputado estadual Professor Cleiton (PV) classificou como uma possível “tentativa de golpe para se buscar recuperação judicial” a situação envolvendo a empresa ViagensPromo, que tem deixado um rastro de prejuízos financeiros em diversas agências de turismo, especialmente em Minas Gerais. A afirmação foi feita durante audiência pública, que acontece nesta terça-feira (29) pela Comissão de Defesa do Consumidor e do Contribuinte da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG).

O encontro tem como foco os transtornos causados pelo não pagamento de pacotes turísticos comercializados por agências locais, afetadas diretamente pela falta de repasse da ViagensPromo. O cenário vem provocando o cancelamento de viagens, dívidas acumuladas e demissões no setor. Segundo relatos de empresários presentes, há casos extremos, como tentativas de suicídio e venda de imóveis para cobrir prejuízos.

Durante sua fala de abertura, o deputado Professor Cleiton traçou um histórico da ascensão meteórica da ViagensPromo desde 2018, ao oferecer pacotes com preços acessíveis por meio de fretamentos aéreos. O M&E remontou toda essa trajetória aqui. O parlamentar apontou que esse crescimento pode ter sido acompanhado por “irresponsabilidades financeiras” e práticas questionáveis.

“Estamos aqui para entender o que aconteceu, para ouvir os operadores e buscar soluções legais. O que se desenha não é apenas má gestão, mas uma estratégia deliberada de se utilizar do instituto da recuperação judicial como escudo, deixando o prejuízo com os pequenos operadores”, afirmou o deputado, ao destacar a necessidade de mudança na legislação para proteger os pequenos negócios do setor.

Cleiton relatou ainda que a empresa, fundada por Renato Kido, teria antecipado empréstimos com instituições bancárias, entre elas o Banco do Brasil, e agora, estaria se esquivando de arcar com as consequências, transferindo responsabilidades aos bancos. Um documento recebido pela Assembleia no início da audiência, assinado pelo próprio Renato Kido, comprovaria essa tentativa de dissociar a empresa das dívidas contraídas.

“O consumidor bate à porta da agência, que é quem vendeu o pacote. Mas quem ficou com o dinheiro foi a ViagensPromo. E agora, ao buscar recuperação judicial, transfere o prejuízo aos operadores, muitos dos quais podem ir à falência”, destacou.

A audiência conta com a participação de empresários e representantes de agências de turismo de Minas Gerais, São Paulo e Rio Grande do Sul, que relataram perdas que ultrapassam centenas de milhares de reais. O deputado adiantou que vai propor a criação de uma comissão especial para pressionar o Ministério do Turismo e a Embratur pela criação de um fundo de amparo aos operadores prejudicados.

A crise envolvendo a ViagensPromo chega em um momento de fragilidade para o setor turístico, que ainda se recupera dos impactos da pandemia. A Assembleia promete acompanhar de perto os desdobramentos e pressionar para que os responsáveis sejam responsabilizados judicialmente.

“Quem deveria pagar essa conta é a ViagensPromo. Os operadores, que são os mais frágeis nessa cadeia, não podem ser sacrificados mais uma vez”, finalizou o deputado.

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