Carga aérea global cresce 4,4% em março e atinge pico histórico, aponta IATA

Imagem do Terminal de Cargas do Aeroporto Internacional de São Paulo em Guarulhos1 e1693398717118 Carga aérea global cresce 4,4% em março e atinge pico histórico, aponta IATA

O Terminal de Cargas do GRU Airport (Foto: divulgação)

A demanda global por transporte aéreo de carga registrou um crescimento de 4,4% em março de 2025, na comparação com o mesmo período do ano passado. O resultado, divulgado nesta terça-feira (30) pela IATA (Associação Internacional de Transporte Aéreo), marca um pico histórico para o mês e reflete uma série de fatores conjunturais, como a antecipação de compras diante da possível imposição de novas tarifas comerciais pelos Estados Unidos.

O avanço foi ainda maior nas operações internacionais, com alta de 5,5%. Já a capacidade global aumentou 4,3%, puxada pelo crescimento de 6,1% nas rotas entre países. A Ásia-Pacífico e a América do Norte foram os destaques, com aumentos de 9,6% e 9,5% na demanda, respectivamente.

“O mês de março trouxe números fortes para o setor de carga, e isso pode estar relacionado a um movimento de empresas tentando se antecipar a mudanças tarifárias que estavam previstas para abril”, explicou Willie Walsh, diretor-geral da IATA. “Enquanto a incerteza persiste, a queda no preço do combustível tem sido um alívio de curto prazo para o setor.”

De fato, os preços do querosene de aviação caíram 17,3% em relação a março do ano anterior — a nona queda mensal consecutiva. O momento também é influenciado por dados positivos da economia global: a produção industrial subiu 3,2%, o comércio internacional cresceu 2,9% e os índices de inflação deram sinais de alívio em regiões como Estados Unidos, União Europeia e Japão.

Mas nem todas as regiões seguiram a tendência. O Oriente Médio e a África registraram queda na demanda — de 3,2% e 13,4%, respectivamente. A explicação pode estar nas comparações com o desempenho forte do ano anterior e nos impactos contínuos da instabilidade em rotas marítimas, como no Mar Vermelho.

Entre as principais rotas comerciais, destaque para Europa-América do Norte, a mais movimentada do mês, e Ásia-América do Norte, que também mostrou forte desempenho. Já as rotas Europa-Oriente Médio e África-Ásia sofreram retração.

A expectativa da IATA é de que o cenário siga volátil nos próximos meses, especialmente por conta das políticas comerciais dos Estados Unidos e dos reflexos geopolíticos na cadeia global de suprimentos.

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