Corpo de bispo emérito será sepultado no altar da catedral de Novo Hamburgo; entenda tradição da Igreja Católica

O corpo do bispo emérito da Diocese de Novo Hamburgo, Dom Zeno Hastenteufel, será sepultado na manhã desta quinta-feira (1º), em uma cerimônia marcada para às 9h30. O local do sepultamento, no entanto, chama a atenção: em vez de um cemitério, o religioso será enterrado no presbitério da Catedral São Luiz Gonzaga, que é o espaço da igreja que abriga o altar, o ambão e a cadeira do celebrante.

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Embora possa causar surpresa, a escolha segue uma antiga tradição da Igreja Católica, que remonta aos primórdios do cristianismo. Segundo o padre Marco Antonio Leal, pároco da Catedral São Luiz Gonzaga, de Novo Hamburgo, a prática tem raízes simbólicas e espirituais profundas.

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“Muitas igrejas foram construídas sobre os túmulos dos apóstolos, considerados sagrados. Como os bispos são sucessores dos apóstolos, a tradição se manteve ao longo dos séculos. Por isso, os bispos são sepultados nas catedrais de suas dioceses como sinal de honra e continuidade da missão apostólica”, explica.

Dom Zeno é o segundo bispo de Novo Hamburgo que será sepultado dentro da catedral

Dom Zeno será o segundo bispo sepultado no interior da Catedral São Luiz Gonzaga. O primeiro foi Dom Carlos José Boaventura Kloppenburg, falecido em maio de 2009, aos 89 anos. Dom Zeno faleceu na última segunda-feira (29), aos 78 anos.

Túmulo onde Dom Zeno será sepultado já está pronto e fica ao lado do espaço em que está o corpo de Dom Carlos José Boaventura Kloppenburg, primeiro bispo da diocese sepultado dentro da catedral

Isaías Rheinheimer/GES-Especial

Túmulo onde Dom Zeno será sepultado já está pronto e fica ao lado do espaço em que está o corpo de Dom Carlos José Boaventura Kloppenburg, primeiro bispo da diocese sepultado dentro da catedral

Isaías Rheinheimer/GES-Especial

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A Diocese de Novo Hamburgo, criada em 1980, teve até agora cinco bispos. O primeiro foi Dom Aloísio Sinésio Bohn, que encerrou sua trajetória episcopal em Santa Cruz do Sul, onde também foi sepultado. O segundo foi Dom Boaventura Kloppenburg, o primeiro a ser enterrado na catedral hamburguense. O terceiro bispo foi Dom Osvino José Both, hoje arcebispo emérito do Ordinariado Militar do Brasil e que, atualmente, mora em Novo Hamburgo. Dom Zeno foi o quarto bispo da diocese, sucedido em 2022 por Dom João Francisco Salm, atual titular da Diocese de Novo Hamburgo.

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Padre Marco reforça que o sepultamento de Dom Zeno na catedral está diretamente ligado ao fato de ele ter encerrado sua missão episcopal na cidade. “O primeiro bispo, Dom Sinésio, foi sepultado em Santa Cruz, onde encerrou sua trajetória. Já Dom Boaventura e agora Dom Zeno encerraram aqui sua missão. Por isso, repousam na Catedral São Luiz Gonzaga. É uma forma de reconhecer a importância de sua dedicação à igreja local”, sublinha.