Aerolíneas Argentinas não requererá fundos do Estado pela primeira vez desde estatização

Aerolineas Eric Ribeiro ME Aerolíneas Argentinas não requererá fundos do Estado pela primeira vez desde estatização

Em média, em cada um dos últimos 16 anos, a empresa registrou um déficit operativo anual de 400 milhões de dólares que foi saldado pelo Tesouro Nacional (Eric Ribeiro/M&E)

A Aerolíneas Argentinas informou ao Ministério de Economia que não necessitará transferências do Estado Nacional durante o ano de 2025, um fato inédito desde a estatização da empresa em 2008.

Entre 2008 e 2023, o Estado transferiu para a empresa cerca de 8 bilhões de dólares utilizados principalmente para cobrir seu déficit operativo a nível EBIT (ganancias antes de juros e impostos), sendo este o indicador troncal que utiliza a industria aerocomercial para avaliar a performance de uma companhia. Em média, em cada um dos últimos 16 anos, a empresa registrou um déficit operativo anual de 400 milhões de dólares que foi saldado pelo Tesouro Nacional.

Por sua vez, e tal como adiantou Fabián Lombardo, presidente e CEO da companhia, em 2024 se logrou outro marco ao registrar-se um superávit de 20,2 milhões de dólares a nível operativo, e de 156.324 milhões de pesos (mais de USD 150 milhões) a nível econômico. Estas cifras estão em processo de auditoria pela consultora internacional KPMG e serão oficializadas nos próximos meses. A melhora central nestes resultados se deu na operação mesmo, ou seja, que pela primeira vez Aerolíneas Argentinas obteve ingressos maiores do que os custos requeridos para seu funcionamento.

Esta drástica mudança se consolidou graças a uma política agressiva de redução de custos que incluiu a redução de cerca de 15% em sua planta de pessoal, levando o número de empregados ao nível mais baixo em 15 anos e alcançando a menor média de empregados por avião na historia da companhia. Neste processo deixaram a empresa mais de 1.600 pessoas, e se eliminaram um total de 85 cargos hierárquicos, incluindo 8 diretorias, 20 gerencias e mais de 50 posições de diversas categorias.

Além disso, se cancelaram rotas improdutivas e se focalizou a operação sobre aquelas que apresentavam melhores resultados para a companhia, fomentando um esquema de conectividade estratégica, que incluiu acordos históricos com Ibéria e Latam. Estes acordos permitiram ampliar a rede de conectividade da empresa tanto na Espanha, como em diversos destinos do Cone Sul.

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