8 livros para conhecer no Dia da Literatura Brasileira

A literatura brasileira é reconhecida e celebrada dentro e fora do país. Com uma tradição que atravessa séculos, nomes marcantes ajudaram a moldar não apenas o cenário cultural, mas também a identidade nacional. Após um período de menor visibilidade, o setor vive um momento de retomada e volta a ocupar seu espaço no universo do entretenimento e da formação crítica no Brasil.

Neste 1º de maio, comemora-se o Dia da Literatura Brasileira — uma data que reforça a importância desse campo na construção da história e da cultura do país, além de lembrar que muitos autores brasileiros alcançaram reconhecimento internacional.

Para o professor Alexandre Simões Pilati, do Departamento de Teorias Literárias e Literaturas da Universidade de Brasília (UnB), revisitar a literatura nacional é percorrer um caminho que revela os traços da nossa identidade coletiva, a riqueza da vida em comunidade, a criatividade do povo brasileiro e, ao mesmo tempo, os impasses e dilemas enfrentados pelo país ao longo do tempo.

“Nossa nação, também é capaz de colocar perguntas para ela e tentar apresentar as coisas também em chave de problema. Então, de tal maneira que a literatura brasileira é uma forma complexa, contraditória de nós nos entendermos enquanto povo, enquanto nação, como um processo histórico contínuo e dinâmico”, destacou o professor.

Alexandre indica cinco obras essenciais da literatura brasileira para ler antes de morrer. Entre os títulos recomendados estão Memórias Póstumas de Brás Cubas, de Machado de Assis; Grande Sertão: Veredas, de João Guimarães Rosa; A Hora da Estrela, de Clarice Lispector; Quarto de Despejo, de Carolina Maria de Jesus; e Eles Eram Muitos Cavalos, de Luiz Ruffato.

Segundo o professor, autores como Machado de Assis, Carlos Drummond de Andrade e Clarice Lispector representam com força a literatura moderna brasileira — aquela que começa a se consolidar no final do século XIX — e figuram entre as principais referências para quem deseja compreender a riqueza e a complexidade da produção literária nacional.

Além das recomendações do professor Alexandre Simões Pilati, o Metrópoles também seleciona outros títulos para celebrar o Dia da Literatura Brasileira. Ao todo, são oito livros — e, de certo modo, oito autores — que merecem ser lidos. Cada um, com suas próprias temáticas, estilos e universos, representa diferentes realidades e reflete também as preferências atuais dos leitores por gêneros variados, temas sociais, psicológicos e histórias que desafiam a forma tradicional de narrar.

1 . O Novo Agora, de Marcelo Rubens Paiva (Ed. Alfaguara)

Lançado em 22 de abril, o novo livro de Marcelo Rubens Paiva é uma sequência das produções Feliz Ano Velho e Ainda Estou Aqui. Desta vez, o autor narra memórias e acontecimentos familiares para construir uma narrativa envolvente e íntima sobre a paternidade.

O autor Marcelo Rubens Paiva falou sobre o livro O Novo Agora durante o Metrópoles Talks (29/4), em Brasília

2. Cartografia para caminhos incertos, de Ian Fraser (Ed. Intrínseca)

Escritor finalista do Prêmio Jabuti, Ian Fraser retorna ao mundo literário com seu segundo romance. Na obra, os leitores acompanham a jornada de Mané, um jovem artista que habita a cidade de Redenção, que não tem localização fixa e está em constante romaria. Quando uma missão para impressionar seu namorado dá errado, ele se perde da cidade e embarca em uma longa aventura para encontrar o caminho de casa.

Livro Cartografia para Caminhos Incertos, de Ian Fraser @kebecfotografo

3. O Roteiro do Amor, de Ray Tavares (Ed. Verus)

Verônica Nakamura, protagonista de O Roteiro do Amor, é uma autora que não abre mão de nenhuma cena da sua história. Em seu caminho, porém, aparece um roteirista arrogante que topa o trabalho aparentemente impossível de fazer o filme baseado no seu mais recente livro. Será que passar um mês morando juntos vai amolecer o coração dos dois?

O Roteiro do Amor, de Ray Tavares

4. Sonho de Pesadelo, de Marina Dutra (Ed. Buzz)

Sonho e Pesadelo, livro da escritora Marina Dutra, apresenta uma fantasia lírica centrada em dois deuses complementares, condenados à separação desde o início dos tempos. Sonho, divindade dos devaneios, nasce sob a luz do luar e cresce sob os cuidados de Esperança e Vontade. Pesadelo, seu oposto, surge da essência de Angústia e Medo, envolto em trevas e solidão. Ambos vivem isolados em reinos opostos, separados por uma barreira sagrada construída pelos Criadores, cuja única regra é clara: nunca permitir a união entre opostos.

Sonho de Pesadelo, de Marina Dutra

5. Um milhão de finais felizes, de Vitor Martins (Ed. Alt)

Um dos grandes nomes da literatura YA nacional, Vitor Martins foi finalista dos prêmios Jabuti (2022), Latino Book Awards (2021), Le Blanc e Argos (2019) e traz em suas obras a representatividade LGBTQIA+ e as vivências de quem faz parte da comunidade.

Em Um milhão de finais felizes acompanhamos a jornada de Jonas que, entre suas leituras e ideias para livros anotadas em um caderninho de bolso, ele precisa dar conta de seus turnos no Rocket Café e ainda lidar com o conservadorismo de seus pais. Tudo muda quando ele conhece Arthur, um belo garoto de barba ruiva que faz Jonas questionar por quanto tempo conseguirá viver sob as expectativas de seus pais.

Um milhão de finais felizes, de Vitor Martins

6. 1808, de Laurentino Gomes (Ed. Globo Livros)

Resultado de um longo trabalho de dez anos de pesquisa, 1808 narra a chegada da família real ao Rio de Janeiro, acossada pelas tropas do imperador francês Napoleão Bonaparte. Escrito pelo renomado jornalista e escritor paranaense Laurentino Gomes, que foi oito vezes ganhador do Prêmio Jabuti de Literatura, o livro faz parte de uma trilogia sobre a construção do Estado brasileiro.

1808, de Laurentino Gomes

7. Sopro dos Deuses: Os Ancestrais do Amanhã, de Fábio Kabral (Ed. Intrínseca)

Nesse épico de fantasia, Fábio Kabral se inspira na mitologia afro-brasileira dos orixás para escrever uma história repleta de axé, que dança entre luz e escuridão e é embalada por vida e morte, criação e destruição, amor e guerra.

Kayin é um garoto solitário de Irubim, um reino de caçadores mágicos regido por Oxóssi. Ainá é uma princesa rebelde de Ijexá, reino governado por feiticeiras filhas de Oxum. Após serem rejeitados por seus lares, os dois jovens guerreiros se unem para derrotar espíritos malignos que ameaçam transformar as Terras Encantadas do Aiê numa noite sem fim. Com a força de seus ancestrais, eles partem em uma batalha que mudará suas vidas para sempre.

Livro Sopro dos Deuses Os Ancestrais do Amanhã, foi escrito por Fábio Kabral

8. Santo Guerreiro: O Império do Leste, de Eduardo Spohr (Ed. Verus)

No terceiro livro da saga Santo Guerreiro, Eduardo Spohr, explora os últimos momentos da vida de São Jorge. A trilogia, precedida por Roma Invicta (2020) e Ventos do Norte (2022), compõe a série literária que traz luz sobre esse personagem tão querido e admirado por milhares de fiéis em todo o planeta através do romance histórico.

Santo Guerreiro O Império do Leste
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