Agência alemã classifica partido de extrema-direita AfD como “extremista”

Alice Weidel, candidata do AfD à eleição na Alemanha, durante "live" com Elon Musk (Crédito: Reprodução das redes sociais)

A agência de espionagem da Alemanha classificou na sexta-feira o partido Alternativa para a Alemanha (AfD), de extrema-direita, como “extremista”, o que lhe permite intensificar o monitoramento do maior partido de oposição do país, que criticou a medida como um “golpe contra a democracia”.

Um relatório de 1.100 páginas elaborado por especialistas concluiu que o AfD é uma organização racista e antimuçulmana, uma conclusão que concede aos serviços de segurança poderes para recrutar informantes e interceptar comunicações do partido.

“O ponto central de nossa avaliação é o conceito étnico e ancestralmente definido de povo que molda o AfD, que desvaloriza segmentos inteiros da população na Alemanha e viola sua dignidade humana”, disse a agência de inteligência doméstica BfV em um comunicado.

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“Esse conceito se reflete na postura geral antimigrante e antimuçulmana do partido”, afirmou, acrescentando que o AfD havia despertado “medos irracionais e hostilidade” em relação a indivíduos e grupos.

A agência BfV precisa dessa classificação para poder monitorar um partido político porque é mais limitada legalmente do que outros serviços de inteligência europeus, um reflexo da experiência da Alemanha sob o regime nazista e comunista.

A agência pôde agir depois que o AfD, no ano passado, perdeu um processo judicial no qual havia contestado sua classificação anterior pelo BfV como uma entidade suspeita de extremismo.

O AfD criticou a decisão de sexta-feira como uma tentativa politicamente motivada de desacreditá-la e criminalizá-la.

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“O AfD continuará a tomar medidas legais contra esses ataques difamatórios que colocam em risco a democracia”, disseram os colíderes Alice Weidel e Tino Chrupalla em um comunicado.

A decisão pode colocar em risco o financiamento público do AfD, enquanto os funcionários públicos que pertencem a uma organização classificada como “extremista” podem ser demitidos, dependendo de sua função dentro da entidade, de acordo com o Ministério do Interior da Alemanha.

O estigma também poderia prejudicar a capacidade do AfD, que atualmente lidera várias pesquisas e é o partido de extrema-direita mais bem-sucedido da Alemanha desde a Segunda Guerra Mundial, de atrair membros.

(Por Sarah Marsh e Friederike Heine)

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