Projeto Vereador Mirim promove encontros nas escolas municipais em Canoas

Quantos vereadores têm em Canoas? Quantas são mulheres? Qual é a função de um vereador? É a partir destes questionamentos que os estudantes de oito escolas municipais começam os trabalhos no projeto Vereador Mirim. A iniciativa trabalha com a proposta de transformar os alunos em parlamentares, como o próprio nome diz, através de campanha eleitoral e eleição.  

Promovido pela Câmara Municipal de Vereadores, Secretaria Municipal de Educação (SME) e Tribunal Regional Eleitoral (TRE), o primeiro encontro preparatório ocorreu na Escola Municipal de Ensino Fundamental (Emef) Castelo Branco, no Igara, nesta quarta-feira (30). Cerca de 40 estudantes dos 7º e 8º anos aprenderam mais sobre o Legislativo seja para ser eleitor, seja para ser candidato. 

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Projeto Vereador Mirim realizou encontro na Emef Castelo Branco na última quarta-feira (30)



Projeto Vereador Mirim realizou encontro na Emef Castelo Branco na última quarta-feira (30)

Foto: Nicole Goulart/Especial

Ao entender sobre o trabalho do vereador, os jovens vão desenvolver um olhar diferente para a cidade e para as instituições, como explica o diretor da Escola do Legislativo, Maximilian Gomes, responsável por desenvolver o projeto. “Uma pessoa que se candidata a vereador, vereadora, muitas vezes tem identificação com o bairro ou com uma causa. A Prefeitura, a Câmara de Vereadores não olham para as demandas e precisam ter um representante para defender os interesses da cidade.”

No caso dos estudantes, as propostas podem girar entorno dos problemas da escola como ginásio coberto, ar-condicionado e valorização dos professores. Com isso, cada uma das oito escolas terão seus candidatos. O número de vereadores mirins é o mesmo da atual legislatura: 21 parlamentares. Além disso, oito suplentes também serão escolhidos pelos estudantes. Os mandatos terão duração de um ano e meio. 

“O trabalho dos vereadores mirins vai ser realizado na Câmara. Periodicamente, vocês estarão indo lá durante um período específico. Vão passar uma tarde ou uma manhã conosco lá e nós vamos trabalhar na Câmara”, diz para a turma. Os alunos eleitos vão ser diplomados, usar o plenário e eleger a mesa diretora. “É conseguir convencer seus pares pares de que suas demandas, propostas, são importantes”, observa o diretor. 

Desenvolvido junto com as escolas

Iniciado em 2023, a primeira legislatura mirim contou com a participação também de oito escolas, variando de dois a três vereadores eleitos, mas cada uma com um suplente representando a instituição. Para participar, as escolas precisaram enviar seus projetos para a Câmara Municipal de Vereadores. 

Na Emef Castelo Branco, a professora de História Ezilane Conde Vargas ajudou no processo. “A ideia do projeto aqui na escola teve início no ano passado, mas não se concretizou. Enviei o projeto e tivemos o privilégio de sermos selecionados. Desde então, estamos trabalhando com os 7º e os 8º anos dentro do conteúdo proposto pela BNCC [Base Nacional Comum Curricular] o que caberia em cada ano trabalhar a questão política, de democracia. É um tema que eu gosto de trabalhar com os alunos”, afirma.

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A iniciativa dos vereadores mirins não é a única atividade envolvendo política, cidadania e representatividade dentro da escola. “Com o 6º ano eu trabalho o grêmio estudantil. Todo ano eu faço o projeto deles escolherem representantes. Esse pessoal do 7º que está hoje [no vereador mirim] é o pessoal do 6º do ano que passou por isso. Então, é uma caminhada que eu faço. O projeto de vereador mirim veio ser a cereja do bolo”, detalha. 

Além da Castelo Branco, as Emefs João Palma, Leonel Brizola, Duque de Caxias, Assis Brasil, Monteiro Lobato, Guajuviras e Edgar Fontoura também participam do projeto. “O que eu falo para eles é que o vereador é o político mais próximo de nós. É o político da nossa rua, é o político do nosso bairro. É olhar para a nossa cidade e ver os problemas que ela tem. Poder levar esse olhar dos nosso alunos sobre o bairro, sobre a escola, para a Câmara é um exercício de cidadão”, destaca Ezilane. 

“Como professora de História, é trabalhar para ser um indivíduo crítico. Alguém que percebe a sua realidade e o mundo que está inserido e no que ele pode ajudar a mudar para melhor”, completa a professora.

Uma delas é a estudante do 7º ano Manuela Santana, 13 anos, que pode ser uma vereadora mirim no futuro. “Eu achei bem legal a palestra. Uma ótima oportunidade e estou pensando sim em me candidatar porque eu achei muito interessante mesmo”, comenta. Aluna desde o 2º ano, a jovem está de olho nas demandas da instituição. “A escola já é velha, então temos muitos problemas. Ficamos um tempo sem aula por causa da fiação e tiveram que arrumar. Gostaria também de colocar a quadra coberta e arrumar o piso da escola”, elenca. 

Próximos passos

As demais escolas participantes devem receber o projeto ao longo das próximas semanas. Na quarta-feira (7) será a vez a Emef João Palma; na quinta-feira (8), na Leonel Brizola; e na sexta-feira (9), na Duque de Caxias.

No dia 13 de maio, as explicações serão dadas para os estudantes da Assis Brasil; dia 14, da Monteiro Lobato; no dia 15, da Guajuviras; e no dia 16, da Edgar Fontoura. Já no dia 27 de maio, será promovido um debate com os candidatos em todas as escolas. As eleições estão marcadas para o dia 5 de junho, das 8h30 às 16h30. 

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