Ozonioterapia: entenda como funciona tratamento que matou empresário

O empresário Mauro Fernandes Júnior, 41, morreu na última terça-feira (29/4) durante uma sessão de ozonioterapia em uma clínica de estética em Paranaguá, no Paraná. Logo após o início do procedimento para tratar uma luxação no ombro, Mauro sofreu uma parada cardíaca. A Polícia Civil do Paraná investiga as circunstâncias do caso.

Segundo o boletim de ocorrência, em uma sessão anterior, o empresário já havia relatado sintomas depois do atendimento, como tonturas. No dia da morte, a profissional responsável pela sessão prestou os primeiros socorros e acionou o Samu. A equipe médica tentou reanimá-lo por cerca de 50 minutos, porém Mauro não resistiu.

O que é ozonioterapia

Considerada uma técnica minimamente invasiva mas bastante polêmica, a ozonioterapia utiliza o ozônio como agente terapêutico a partir da aplicação na boca, venosa, retal ou injeção subcutânea, a depender do objetivo.

Segundo os defensores da terapia, ela melhoraria a oxigenação e a circulação do sangue, aumentando a ação anti-inflamatória do corpo e a imunidade, diminuindo dor e inchaço e combatendo microrganismos.

No entanto, não há comprovação científica para nenhuma dessas aplicações. “A Anvisa ressalta que há riscos à saúde oriundos da utilização indevida e indiscriminada da tecnologia, sob indicações de uso que não foram, até o momento, científica e clinicamente comprovadas”, afirmou o órgão, em nota publicada no site da instituição.

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Anvisa só autoriza uso como terapia complementar

Em 2023, o presidente Lula (PT) sancionou a lei que autorizava o uso da ozonioterapia em todo país como terapia complementar a outros tratamentos de saúde. De acordo com a lei, o equipamento de produção de ozônio medicinal deve ser regularizado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e o procedimento só pode ser realizado por um profissional de saúde com nível superior, inscrito no conselho de fiscalização da área.

Até o momento, os equipamentos aprovados são destinados exclusivamente para fins odontológicos e estéticos. O uso do ozônio em tratamentos odontologicos foi regulamentado pelo Conselho Federal de Odontologia (CFO) em 2015.

Em entrevista anterior ao Metrópoles, a implantodontista e periodontista Gisele Martinez, coordenadora do curso de periodontia do instituto Aria, destacou os benefícios do ozonioterapia na odontologia. “Utilizar a ozonioterapia proporciona vantagens para os pacientes, resultando em melhora da qualidade de vida e conforto pós-operatório”, afirmou.

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