Blumenau registra, em média, um novo caso de HIV a cada dois dias em 2025

Imagem mostra dedo indicador de uma pessoa com um pouco de sangue. Isso porque ela fez um teste de HIV, Blumenau registra, em média, um novo caso de HIV a cada dois dias em 2025

Blumenau registra, em média, um novo caso de HIV a cada dois dias em 2025 – Foto: Divulgação/Freepik/ND

A cidade de Blumenau, no Vale do Itajaí, registrou 171 novos casos de HIV ao longo de 2024. Os números revelam que os homens lideram os diagnósticos: 125 (73,09%) e 46 mulheres (26,91%).

Somente entre janeiro e março deste ano, 56 novos casos foram confirmados pela Secretaria Municipal de Saúde, o que acende um alerta sobre o avanço da infecção. No mesmo período, o município realizou 1.501 testes para detecção do HIV, reforçando as ações de prevenção e diagnóstico precoce.

HIV e Aids

Conforme a médica e infectologista do Cedap de Blumenau, Fernanda Arns, o HIV (Vírus da Imunodeficiência Humana) é o vírus que ataca o sistema imunológico.

“Ele destrói as células de defesa. A partir do momento que esse vírus não é tratado, o paciente passa a ter a Aids (Síndrome da Imunodeficiência Adquirida)”, explica.

Ainda, conforme a médica, todo mundo que tem Aids tem HIV, mas nem todo paciente que tem HIV pode ter Aids. “É preciso fazer o tratamento correto e o acompanhamento”. O uso correto da camisinha em todas as relações sexuais é uma das formas mais seguras de prevenção.

Imagem mostra uma pessoa entregando vários preservativos na mão de outra pessoa

O uso correto da camisinha em todas as relações sexuais é uma das formas mais seguras de prevenção – Foto: Breno Esaki/Agência Saúde/ND

HIV em Blumenau

Em Blumenau, o Cedap (Centro Especializado em Diagnóstico, Assistência e Prevenção) é o responsável em fazer os testes rápidos de HIV, Sífilis e Hepatites. Os exames são utilizados como forma de detectar a infecção o mais rápido possível.

De acordo com Jennifer Lana, coordenadora do Centro, além do Cedap, os testes rápidos também podem ser feitos nas unidades de saúde do município. “Pacientes que descobrem infecções sexualmente transmissíveis mais cedo, tem sobrevida de qualidade. Em casos de testagem positiva outros exames complementares são solicitados”, explica.

Caso a testagem dê positivo para HIV e Hepatites, o tratamento é realizado no próprio Cedap, mas se o teste for reagente para Sífilis, o tratamento é direcionado à atenção básica.

Homens também lideram diagnósticos em SC

Em Santa Catarina, de acordo com Secretaria de Saúde, são oferecidas medicações, bem como acompanhamento, PrEP (Profilaxia Pré-Exposição), PeP (Profilaxia Pós-Exposição), preservativos, lubrificantes, além de todo serviço como genotipagem e suporte aos municípios para os atendimentos aos pacientes com a doença.

No ano passado, 3.116 pessoas positivaram para HIV ou Aids. A maioria dos casos foram registrados em pessoas de 20 a 29 anos e 2.090 eram homens. Ainda, do total, 57,1% dos casos são de exposição heterossexual e 26,9% exposição homossexual, os demais divididos entre outras categorias, como bissexual, transfusão e drogas injetáveis.

Em 2025, já são 697 casos de HIV ou Aids positivados, sendo que também a doença está mais presente em homens e na faixa dos 20 a 29 anos.

Imagem mostra três mãos e uma delas segura a outra para fazer teste de sangue

No ano passado, 3.116 pessoas positivaram para HIV ou Aids em SC- Foto: Prefeitura de Itajaí/Reprodução/ND

Epidemia no Brasil

O último boletim divulgado pelo Ministério da Saúde traz dados de 2023 e parciais de 2024. O documento aponta que desde o início da epidemia de aids, que começou em 1980, até 31 de dezembro de 2023, foram registrados no Brasil 392.981 mortes tendo o HIV ou a aids como causa básica.

O maior percentual desses óbitos ocorreu no Sudeste (55,6%), seguida das regiões Sul (18,0%) e Nordeste (15,0%). Só em 2023, foram 10.338 mortes.

Ano de 2023 teve aumento de 4,5% dos casos

Especificamente em 2023, 46.495 brasileiros foram diagnosticados com infecção pelo HIV no Brasil, representando um aumento de 4,5% em relação a 2022. Apesar do aumento, a taxa de mortalidade por aids foi de 3,9 óbitos, a menor desde 2013.

Tratamento PrEP

Em 2024, até o momento, o Brasil atingiu a marca de 109 mil usuários de PrEP, que consiste em tomar medicamentos antirretrovirais para prevenção ao HIV.

A estratégia é considerada pelo Ministério da Saúde uma das principais iniciativas para a eliminação da doença como problema de saúde pública até 2030.

Para acabar com a Aids como problema de saúde pública, a ONU (Organização das Nações Unidas) definiu metas globais, que são

  • 95% das pessoas vivendo com HIV diagnosticadas;
  • 95% dessas pessoas em tratamento antirretroviral; e
  • dessas em tratamento, ter 95% em supressão viral, ou seja, com HIV intransmissível.

Hoje, em números gerais, o Brasil possui, respectivamente, 96%, 82% e 95% de alcance.

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