Juiz contraria Trump e ordena a entrada de 12 mil refugiados nos EUA

Um juiz federal americano ordenou nessa segunda-feira (5/5) que a administração de Donald Trump permita a entrada de 12 mil refugiados nos Estados Unidos, o que configura mais uma derrota judicial para as tentativas do presidente americano de suspender essas admissões.

A decisão tomada nessa segunda esclarece os contornos de outra decisão emitida em abril por um tribunal de apelação federal, que autorizava a administração Trump a suspender as admissões de refugiados, ao mesmo tempo em que permitia a entrada daqueles que já haviam obtido esse status e organizado sua viagem para os Estados Unidos.

A administração Trump acreditava que a última parte se referia apenas às 160 pessoas que planejaram viajar nas duas semanas seguintes ao decreto assinado em janeiro pelo presidente, suspendendo as chegadas de refugiados aos Estados Unidos.

No entanto, um juiz federal de Seattle afirmou que essa interpretação da administração Trump representava uma “bagunça interpretativa”.

“Se esse tribunal de apelação federal tivesse tido a intenção de impor um limite de duas semanas – o que teria reduzido a população protegida de 12.000 para 160 pessoas – isso deveria ter sido feito de forma explícita”, afirmou o juiz Jamal Whitehead em sua decisão.

No final de fevereiro, o mesmo juiz havia bloqueado o decreto de Donald Trump que suspendia as admissões de refugiados nos Estados Unidos.

Decreto “prejudicial”

O decreto presidencial afirmava que o programa de admissão de refugiados, implementado há décadas nos Estados Unidos, era “prejudicial aos interesses” do país.

Os Estados Unidos recebem refugiados há décadas, por meio de um programa que é uma das poucas maneiras de acesso à cidadania americana.

A administração anterior de Joe Biden fez da acolhida aos refugiados uma prioridade. Durante o ano fiscal de 2024, cerca de 100 mil refugiados foram reassentados nos Estados Unidos, o maior número em três décadas, segundo dados oficiais.

Desde seu retorno ao poder, Donald Trump implementou uma vasta ofensiva anti-imigração, em conformidade com suas promessas de campanha.

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