Estimada em 55,7 milhões de sacas, produção de café tem leve recuperação em 2025

Café; cafezal
Foto: Carlos Alberto Meira/Embrapa

A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) divulgou hoje (6) que a produção de café deve apresentar um crescimento de 2,7% na safra 2025 frente ao volume colhido na temporada passada, sendo estimada em 55,7 milhões de sacas.

“Mesmo em ano de bienalidade negativa, caso o volume estimado se confirme ao final do ciclo, este será o maior já registrado para um ano de baixa, superando em 1,1% a colheita registrada em 2023”, destacou a Conab.

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O órgão também informa que a área total destinada à cafeicultura deverá registrar um aumento de 0,8%, chegando a 2,25 milhões de hectares. A área em produção deve registrar uma queda de 1,4%, estimada em 1,86 milhão de hectares, enquanto a área em formação tende a apresentar um incremento de 12,3%, movimento esperado para anos de bienalidade negativa. Os dados constam no 2º Levantamento da Safra de Café 2025 da Conab.

Segundo a companhia, o resultado estimado na safra total de café é influenciado pela recuperação de 28,3% nas produtividades médias das lavouras de conilon. A expectativa de produção para esta espécie está estimada em 18,7 milhões de sacas, um novo recorde para a série histórica da Conab.

Ainda de acordo com a Conab, este volume se deve à regularidade climática durante as fases mais críticas das lavouras, que beneficiaram floradas positivas, e a boa quantidade de frutos por rosetas.

No Espírito Santo, maior produtor de conilon do país, é esperada uma produção de 13,1 milhões de sacas, crescimento justificado pelas boas precipitações verificadas no norte do estado, região que corresponde a 69% da área da espécie no país.

BA retorna a segunda posição de maior produtor de café conilon do Brasil

Na Bahia, a Conab também espera uma recuperação na colheita de conilon de 28,2%, estimada em 2,5 milhões de sacas. Neste cenário, o estado baiano recupera a posição de 2º maior produtor da espécie, ultrapassando Rondônia onde a expectativa é de uma colheita de 2,28 milhões de sacas.

Queda no café arábica

Já para o café arábica, espécie mais afetada pela bienalidade, a Conab prevê uma redução de 6,6% na colheita, com previsão de uma safra em torno de 37 milhões de sacas.

Em Minas Gerais, estado com maior área destinada para a produção de arábica, é esperada uma colheita de 25,65 milhões de sacas. De acordo com o levantamento, além do reflexo já esperado pelo ciclo de bienalidade da planta, entre abril e setembro do ano passado foi registrado um longo período seco e as lavouras enfrentaram instabilidade, apresentando menor vigor vegetativo, influenciando na queda de potencial produtivo dos cafezais.

Em São Paulo, a produtividade média também foi impactada pelos efeitos fisiológicos de baixa bienalidade, acompanhados pelas condições climáticas adversas registradas nas regiões produtoras. Com isso é esperada uma queda de 3,8% no desempenho das lavouras.

Por outro lado, a área destinada para a produção cresceu em 5,3%, chegando a 196 mil hectares, o que compensa a perda esperada nas produtividades resultando em um aumento na produção de 1,3%, estimada em 5,5 milhões de sacas.

Mercado

Após o recorde de exportação de café em 2024, quando o Brasil exportou 50,5 milhões de sacas de 60 quilos, os embarques para o exterior apresentaram uma ligeira redução no primeiro trimestre de 2025. No acumulado de janeiro a março de 2025, o Brasil exportou 11,7 milhões de sacas de 60 quilos, o que representa uma baixa de 1% na comparação com igual período do ano anterior, segundo dados consolidados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC).

Essa redução na exportação em volume já era esperada devido à restrição dos estoques internos nos meses iniciais de 2025, influenciados pela limitação da produção nos últimos anos e exportação elevada no ano anterior.

Mesmo com a queda no volume comercializado, o valor com as vendas internacionais apresentou aumento no primeiro trimestre de 2025, movimento favorecido pelo cenário de alta dos preços do café neste início de ano. No acumulado de janeiro a março de 2025, o Brasil exportou US$ 4,1 bilhões, o que representa um aumento de 68,9% na comparação com igual período de 2024.

As cotações do produto no mercado internacional devem continuar pressionadas ao longo do ano, mesmo com a expectativa de aumento na produção mundial pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), visto que os estoques do grão seguem em níveis baixos possibilitando preços em patamares mais altos.

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